O olhar e o sorriso no rosto refletiram a felicidade e a gratidão de 34 jovens e adultos que se formaram no curso de qualificação profissional de panificação e confeitaria. Um evento nesta sexta-feira (11/7), no SENAI Américo Renê Giannetti, em Belo Horizonte, onde ocorreu a qualificação, celebrou a conclusão do projeto Grão em Pão, oferecido gratuitamente pela Bunge e o SENAI. Finalizada essa etapa, os alunos são encaminhados ao mercado de trabalho, com a possibilidade de contratação por empresas do segmento. Marcada por homenagens e discursos emocionados de agradecimento, a cerimônia de formatura teve a presença de diretores do SENAI, empresários, representantes da Bunge e familiares dos formandos.
Gratuito, o curso teve duração de cerca de quatro meses nos turnos tarde e noite. Além da capacitação teórica e prática, os participantes receberam uma formação socioemocional, com foco em planejamento de carreira, habilidades profissionais e autoconhecimento, competências valorizadas pelas empresas do segmento, conforme a instrutora do curso, Natália Pinheiro dos Santos. Eles tiveram acesso também a uma trilha online sobre empreendedorismo. Todos os alunos receberam um certificado.
“Foi muito gratificante participar desse curso e compartilhar conhecimento com os alunos. Essa experiência pode impactar positivamente a vida profissional deles. Agora, eles têm qualificação necessária para trabalhar como auxiliar de confeitaria, panificação, padeiro, confeiteiro e pizzaiolo”, disse.
Além da técnica
Hian Lucas Damasceno, de 25 anos, é aluno do curso e contou que pode desenvolver competências técnicas e comportamentais que ele considera essenciais no mercado de trabalho. “Cada detalhe foi importante. Eu aprendi, por exemplo, a identificar erros na preparação de um alimento que interferem na qualidade dele”, destacou. Damasceno sonha em empreender e produzir pães para fornecê-los a empresas.
“Além das aulas práticas e teóricas, a abordagem socioemocional e o trabalho em equipe nos deram uma base interessante para se relacionar bem com diferentes pessoas em um ambiente profissional”, afirmou Angélica Rocha Farias, 30. Ela contou que já trabalhou em padarias e acredita que o curso proporcionou uma oportunidade de atualizar conhecimentos e aprender outros.
Em seu discurso, o gerente do SENAI Américo Renê Giannetti, Ricardo Pereira, citou o comprometimento e a dedicação dos formandos no projeto e disse que os alunos já são capazes de contribuir para impulsionar a industrialização do país. “Jamais parem de aprender e busquem especialização nas suas respectivas áreas para desenvolver o melhor trabalho possível”.
Para o presidente da Câmara da Indústria de Alimentos e Bebidas da FIEMG e da Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amip), Vinícius Dantas, o projeto de Grão e Pão encurta caminhos da formação profissional ao emprego. Ele observou que o segmento de padarias está em franca expansão, o que leva as empresas a investirem na qualificação de mão de obra. “A panificação está presente em praticamente todas as cidades do país. As padarias prezam pela produção artesanal e oferta de produtos cada vez mais elaborados”. O encerramento da primeira turma do Grão em Pão ocorreu na semana do Dia do Panificado, comemorado em 8 de julho.
Lançado em 2022, o projeto De Grão em Pão já formou cerca de 250 profissionais em outras cidades, como São Paulo, Recife, Rio de Janeiro e Brasília (DF), ampliando oportunidades de renda e desenvolvimento para jovens de diferentes regiões do país.
“Essa é a primeira turma que formamos em Minas Gerais. Estamos muito felizes, pois, além de oferecer capacitação com foco em empoderar economicamente esses jovens, o curso também contribui para o desenvolvimento econômico do país, auxiliando na diminuição do déficit de profissionais no setor de panificação”, afirma Cláudia Buzzette Calais, diretora-executiva da Fundação Bunge.
Um segmento em expansão
Os números do setor de panificação são animadores e mostram que o mercado está em expansão. Em 2024, o setor registrou faturamento em R$153,36 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip). No mesmo período, o aumento das vendas foi de 10,9% em relação ao ano anterior.
De acordo com a Abip, o resultado tem relação com aumento do fluxo de clientes nas padarias, que cresceu cerca de 4,5% no ano passado. Além disso, só em 2024, esse segmento industrial empregou três milhões de profissionais, entre vínculos diretos e indiretos. A cidade de São Paulo lidera como a capital com maior número de estabelecimentos (21.358), seguida por Rio de Janeiro (12.191), Belo Horizonte (4.809), Brasília (4.723) e Salvador (4 mil).
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Rafael Passos
Imprensa FIEMG