O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, cobrou celeridade na análise e conclusão das investigações de medidas antidumping atualmente em curso no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Segundo ele, a morosidade nas decisões pode comprometer a competitividade da indústria brasileira em setores estratégicos.
Um exemplo citado por Roscoe é a investigação solicitada pela Braskem, que resultou na aplicação de sobretaxas de antidumping de US$ 238,49 por tonelada para o Canadá e de US$ 199,04 por tonelada para os Estados Unidos sobre exportações de resinas de polietileno. Para ele, a decisão abre um precedente importante no combate à concorrência desleal, sobretudo nesse momento de aplicação de tarifas de importação pelos EUA, e precisa ser replicada em outros casos.
“Essa medida mostra que o Brasil tem instrumentos para proteger sua indústria. Mas de nada adianta se as decisões demorarem a sair. O tempo, nesse caso, é determinante para preservamos os empregos e garantirmos o funcionamento das indústrias”, afirmou.
Roscoe destacou que a conjuntura internacional torna a situação ainda mais delicada. O anúncio recente do tarifaço norte-americano sobre uma série de produtos pode provocar distorções no comércio global e direcionar excedentes para o mercado brasileiro.
“Com o rearranjo no mercado global, países como a China, por exemplo, tendem a desovar seus estoques no Brasil, com preços mais baixos. Isso ameaça a indústria e a estabilidade econômica do país, além de criar um ambiente de concorrência desequilibrado, em que o produtor brasileiro compete em condições desiguais”, acrescentou.
Atualmente, tramitam no MDIC 72 pedidos de investigação antidumping, sendo 7 no setor químico, 8 no setor de vidros e cerâmica, 11 relacionados ao setor têxtil, 14 a plásticos e borrachas e 22 ao segmento de metais. Para Roscoe, esses números evidenciam a gravidade do problema.
“O empresariado não pede proteção desmedida, pede apenas igualdade de condições. Se houver dumping, que seja coibido com rapidez. Sem previsibilidade, ninguém investe”, ressaltou.
Imprensa FIEMG