O modelo econômico atual baseado em extração-manufatura-uso-descarte, em que a matéria-prima após ser beneficiada e consumida é descartada, causando impactos em diversas magnitudes, se mostra insustentável tanto para a economia quanto para o meio ambiente. Diante disso, ainda no século XX, começaram as discussões sobre um modelo que pudesse contrapor o modelo linear, assim surgiu a Economia Circular, resultado da evolução de várias outras escolas como Ecologia Industrial, Engenharia do Ciclo de Vida, Gestão do Ciclo de Vida, Economia de Performance, Cradle to Cradle, entre outas.
A Economia Circular é, então, uma economia restaurativa e regenerativa por princípio, que tem por objetivo manter produtos, componentes e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor. Diante dessa ótica, pode-se achar que a Economia Circular é uma utopia distante da realidade brasileira, no entanto, o Brasil tem sido uma grande vitrine para o mundo em se tratando da aplicação deste modelo. Deve-se isso às condições geográficas do país que permite que em seu território haja vários elos das cadeias produtivas, desde a extração dos recursos naturais até a o consumo, o que facilita muito a criação de sistemas reversos, onde o output do consumo pode ser conduzido à indústria novamente.
Nos últimos tempos vimos cada vez mais a ascendência de iniciativas que se encaixam nos atributos da Economia Circular como Produto como Serviço, Resíduo como Recurso, Uso de Renováveis, dentre outros, gerando resultados econômicos, sociais e ambientais. A FIEMG iniciou os esforços nesse tema em 2009 com o Programa Mineiro de Simbiose Industrial.
Diante da grande necessidade de inovação frente a essa nova realidade, em 2017 a FIEMG lançou o Programa de Economia Circular em Distritos Indústrias, uma evolução do Programa Mineiro de Simbiose Industrial.
Dada a potencialidade de aplicação do conceito de Economia Circular no estado, a FIEMG, em 2020, lança a Rede de Economia Circular da Indústria de Minas Gerais, que visa estabelecer uma Rede de Indústrias dedicadas à Economia Circular em cada regional do Sistema FIEMG, promovendo ações de prevenção da poluição e ao uso sustentável dos recursos naturais.
A Rede de Indústrias Circulares visa contemplar a aplicação do Programa de EC em Distritos Industriais, Sistema de Gestão Ambiental 4.0, Agenda do Clima e Eficiência Hídrica. Dessa forma, será possível criar um cadeia de valor em todo o estado com a eficiência de produção industrial proporcionada pelo modelo de Economia Circular.