Os desafios da produtividade brasileira, com o foco para a indústria mineira, foram os principais temas discutidos na primeira reunião do segundo semestre de 2024 do Conselho de Políticas Econômicas. O encontro, realizado na manhã desta quinta-feira, 8 de agosto, contou com a presença de membros do conselho e especialistas na sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), em Belo Horizonte.
O encontro foi presidido por Rogério Mascarenhas, presidente do Conselho de Políticas Econômicas da FIEMG. Em sua abertura, Mascarenhas destacou a importância de discutir pautas tão ricas para o desenvolvimento econômico do estado e do país, especialmente no contexto atual de transformações e desafios globais.
Mascarenhas cita publicações na mídia que apontam um cenário ruim para o Brasil, quando se fala de indicadores de produtividade. “Ei li uma matéria, recentemente, que analisou que a produtividade da economia brasileira tem um crescimento muito pequeno e ela é principalmente puxada para baixo pela produtividade da indústria. Acredito que nós temos que questionar o que é a definição da produtividade. Além de definir os critérios para não ficarmos expostos a crítica, especialmente, da mídia”, disse o presidente do colegiado, dando espaço para o palestrante aprofundar no assunto.
A palestra principal foi conduzida por Fernando Augusto Adeodato Veloso, doutor em economia pela Universidade de Chicago e renomado pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE). Veloso abordou o tema “Os desafios da baixa produtividade brasileira”, oferecendo uma análise detalhada dos fatores que contribuem para diversos cenários e propondo soluções para impulsionar o crescimento econômico.
Veloso detalhou os principais obstáculos para a produtividade no Brasil, como a burocracia excessiva e a insuficiência de investimentos em áreas estratégicas, com tecnologia. “A baixa produtividade do Brasil é um problema sistêmico. A principal razão da baixa produtividade agregada do trabalho no Brasil é que a maioria dos setores tem baixa produtividade em comparação com economias desenvolvidas e, embora existam ganhos de produtividade associados a uma mudança na alocação setorial do emprego, eles ficam muito distantes do necessário para eliminar a distância para os países desenvolvidos”, afirmou.
Durante a reunião, também houve uma discussão sobre a última ata do Comitê de Política Monetária (COPOM) divulgada na última quarta-feira, 31 de julho. O tema foi apresentado pelo secretário executivo do colegiado, João Gabriel Pio, que apresentou a decisão unânime do colegiado pela manutenção da taxa básica de juros em 10,50% ao ano, dando continuidade à política monetária contracionista. Leia mais aqui.
A análise da ata incluiu debates sobre as recentes decisões de política monetária e suas implicações para a economia brasileira, com foco nas taxas de juros e suas previsões para os próximos meses.
A reunião do Conselho de Políticas Econômicas da FIEMG serviu como um importante fórum para o debate e a troca de ideias sobre temas que são fundamentais para o futuro econômico de Minas Gerais e do Brasil. Os participantes saíram do encontro com uma visão mais clara dos desafios e das oportunidades que se apresentam, reforçando o compromisso com o desenvolvimento sustentável e a competitividade da indústria mineira.
Ana Paula Motta
Imprensa FIEMG