A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) expressa preocupação com a decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros (Selic) em 15,00% ao ano — o maior patamar desde 2006. Embora não represente um novo aumento, o atual nível da Selic reforça a continuidade de uma política monetária fortemente contracionista, cujos efeitos já vêm sendo sentidos na retração do consumo, no enfraquecimento da atividade econômica e na perda de competitividade do setor produtivo.
Para o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, o elevado custo do crédito e a restrição ao investimento produtivo comprometem diretamente a geração de empregos, a renda das famílias e o crescimento sustentável do país. “O Brasil precisa de uma política monetária mais equilibrada, que considere os sinais de desaceleração e atue de forma responsável sem sufocar a economia real”, afirma.
Apesar de reconhecer a importância do combate à inflação como condição essencial para a estabilidade econômica, a FIEMG destaca que a manutenção da Selic em nível tão elevado agrava os desafios enfrentados pela indústria, especialmente diante de um ambiente fiscal incerto e do cenário internacional adverso — marcado por tensões comerciais, como o atual impasse entre Brasil e Estados Unidos em razão do tarifaço do governo americano sobre as exportações brasileiras.
A Federação ressalta a necessidade de prudência por parte da autoridade monetária, levando em conta os efeitos defasados das decisões anteriores e o alto grau de restrição já imposto pela taxa de juros atual. “É preciso proteger a atividade produtiva e evitar impactos desproporcionais sobre o mercado de trabalho e a competitividade do país”, conclui Roscoe.
Imprensa FIEMG