Práticas de governança ambiental, social e corporativa, abreviadas pela sigla em inglês ESG (Environmental, Social and Governance), fazem parte das diretrizes de atuação da FIEMG e foram incorporadas às ações estratégia da indústria mineira. O tema ganhou notoriedade nos últimos anos e revela, segundo especialistas, a preocupação do mercado e do setor produtivo de estar em sintonia com a sociedade e o meio ambiente. O ESG, inclusive, será amplamente debatido por especialistas a partir de diferentes perceptivas na segunda edição do Imersão Indústria 2023, por meio de palestras, mesas redondas e oficinas. O mais importante evento do setor produtivo mineiro será realizado de 23 a 26 de outubro, no Minascentro, em Belo Horizonte.
Entre os tópicos que serão abordados, estão diversidade, inclusão, inovação, competividade, energias renováveis, relacionamento com a comunidade e implementação do ESG nos negócios. Esse último ponto terá a participação da gerente de Integridade da FIEMG, Aline Rabelo de Azevedo, que considera a adoção de ações sustentáveis fundamental para o setor produtivo, contribuindo para a adaptação das indústrias em um cenário envolto em constantes mudanças.
Na visão da gerente, o ESG foi incorporado nos últimos anos à estratégia dos negócios por diferentes circunstâncias e uma delas diz respeito à importância da governança para os negócios. Aline de Azevedo entende que, a partir da governança, as empresas definem como vai exercer o propósito, cumprir a missão, gerenciar os riscos e estabelecer as estratégias.
“Quando passamos a considerar a importância da governança para a equação da sustentabilidade, acabamos estabelecendo bases sólidas para a agenda ambiental e de responsabilidade social nas organizações. Passamos de uma visão de gerenciamento de riscos socioambientais para uma visão de que esses temas devem estar inseridos na agenda estratégica das empresas”, observa.
Um caminho sem volta
A gerente de Integridade enxerga o ESG incorporado aos negócios como uma situação perene por implicar na maneira como as empresas se relacionam com o meio ambiente e a sociedade. “A conscientização sobre questões ambientais, sociais e de governança tem crescido globalmente, impulsionando a demanda por empresas mais responsáveis e sustentáveis. Investidores, clientes, funcionários e reguladores estão cada vez mais pressionando as empresas a adotarem medidas ESG e a resposta a essas pressões muitas vezes se torna parte integrante da estratégia de negócios”, acrescenta.
A opinião da especialista sobre a relevância das práticas de sustentabilidade nas organizações é corroborada pelo diretor financeiro e de relações com investidores da Emccamp, André Avelar. Para o gestor, o ESG deve estar enraizado na cultura das empresas, tendo a mesma dimensão que os indicadores gerenciais.
Avelar explica que na Emccamp a pauta de sustentabilidade faz parte do planejamento estratégico, elaborado em conjunto com outros setores da construtora. Assim como as outras temáticas, o ESG tem indicadores próprios, o que permite acompanhar e gerenciar os resultados.
“O ESG tem tanta importância na Emccamp quanto o resultado financeiro e econômico. Os fundadores da empresa, tanto da primeira quanto da segunda geração, se preocupam efetivamente com todos os stakeholders. A gente entende e vê verdadeiramente a preocupação da companhia com a sociedade e como é possível minimizar os efeitos para o meio ambiente em decorrência da atividade da empresa”, observa.
Menos desperdício
Na Vida Veg, indústria que funciona em Lavras, no Sul de Minas, de produtos 100% de origem vegana, o ESG está estabelecido desde o início das operações da empresa no mercado, em 2015.
“A política ESG da Vida Veg foi definida por meio de critérios estabelecidos com a nossa estratégia de mercado e, partir disso, foi construído um plano de ação ativo como forma de direcionar quem são os atores envolvidos e os prazos a serem executados, incluindo todos os setores da empresa”, explica a analista de meio ambiente da empresa, Flávia Santos.
Controle dos requisitos legais, adoção de políticas de riscos, criação de indicadores, plano de comunicação com stakeholders, redução de utilização de recursos naturais não produção são algumas medidas com a pegada ESG implementadas pela Vida Veg, conforme a analista.
Para cumprir os objetivos de sustentabilidade, a empresa realiza treinamentos com os funcionários, divulgando os aspectos mais relevantes associados ao tema. “Conseguimos perceber os resultados da empresa quanto à diminuição de riscos a partir de políticas e dos indicadores adotados. Observamos com maior clareza o que deve ser aprimorado, favorecendo redução de custos, de desperdício e maior controle organizacional e operacional dos nossos processos”, diz a analista de meio ambiente ao se referir os resultados das práticas sustentáveis.
Rafael Passos
Imprensa FIEMG