No dia 22 de novembro, o Centro de Inovação e Tecnologia (CIT SENAI) sediou o Workshop de Descarbonização, promovido pelo Centro CIT SENAI de Descarbonização Industrial, o Instituto SENAI de Inovação em Metalurgia e Ligas Especiais, e o ESCALAB. O encontro reuniu grandes players industriais do setor siderúrgico, incluindo Aperam South America, ArcelorMittal Aços Planos, Gerdau, Usiminas e Vallourec, além da ABM e especialistas renomados e representantes de instituições de inovação.
Objetivo do workshop foi reunir representantes de área técnicas, de produção e estratégicas das principais empresas do setor siderúrgico mineiro e nacional, para discutir as demandas de descarbonização do setor, bem como as iniciativas em curso, além do planejamento e metas de descarbonização. Luiz Cláudio de Melo Costa, coordenador do Centro CIT SENAI de Descarbonização Industrial, reforçou o compromisso do CIT SENAI com a indústria. “Nosso papel é ouvir as demandas das empresas e propor soluções tecnológicas aplicadas, sendo um hub de Desenvolvimento e Inovação para avanços na descarbonização industrial”, declarou.
Inovação e tecnologia como pilares do futuro industrial – José Luciano de Assis, gerente de Tecnologia e Inovação do CIT SENAI, destacou os avanços alcançados pelo centro, que recebeu R$ 350 milhões em investimentos após ser adquirido pela FIEMG. Segundo ele, o CIT SENAI é uma ferramenta estratégica, tecnológica e de inovação para enfrentar os desafios da indústria, com ampla experiência em descarbonização de setores como o automotivo e o siderúrgico, além de conectar o conhecimento local e a expertise das 26 unidades que compõem a Rede de Institutos SENAI de Inovação em todo o Brasil.
Além disso, o CIT SENAI, por meio do Centro de Descarbonização e seus Institutos SENAI de Inovação, tem 9 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) em execução – sendo 2 com empresas do setor siderúrgico – contabilizando aproximadamente R$58 milhões em recursos.
Ana Paula Teixeira, coordenadora do Escalab, complementou a visão ao ressaltar o papel fundamental do centro na integração entre academia e mercado. Ela destacou que o Escalab desenvolve projetos inovadores, como a produção de hidrogênio a partir de subprodutos e a transformação de resíduos em combustíveis, traduzindo pesquisas acadêmicas em soluções práticas para atender às demandas industriais.
Os resultados são expressivos: mais de R$ 1,6 milhão captados em projetos com indústrias, mais de 100 tecnologias avaliadas e apresentadas ao mercado e startups criadas que já movimentaram mais de R$ 4 milhões em negociações e vendas.
Compromisso da indústria com a sustentabilidade – Roberto Luís Prosdocimi Maia, diretor de Sustentabilidade da Usiminas, apresentou o plano de descarbonização da empresa, que estabelece a meta de reduzir em 15% a intensidade das emissões até 2030. Para alcançar esse objetivo, a Usiminas está investindo em eficiência energética, uso de biomassa, otimização de matérias-primas e energia renovável.
Segundo Maia, entre as iniciativas, destaca-se a parceria com o CIT SENAI e a Stellantis, que explora o uso de hidrogênio e gases redutores nos altos-fornos, integrando soluções inovadoras ao processo de produção de aço. “A empresa participa ativamente do projeto H2, uma iniciativa de pesquisa e desenvolvimento conduzida pelo CIT SENAI em colaboração com Stellantis e Usiminas, que utiliza a infraestrutura do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Usiminas, em Ipatinga (MG), para testes conjuntos de gases redutores, como hidrogênio, e novas soluções de carga em altos-fornos”, esclareceu.
No processo de transição para um modelo sustentável, a Usiminas enfrenta desafios e explora oportunidades tecnológicas, como o uso de biomassas para substituir carvões pulverizados, biometano em substituição ao gás natural e óleo diesel, hidrogênio para enriquecimento ou substituição de gases, briquetes pré-reduzidos ou autorredutores e biodiesel como substituto do óleo diesel. “Essas iniciativas reforçam o compromisso da empresa em liderar a transformação do setor siderúrgico rumo a uma economia de baixo carbono”, explica Maia.