O segundo dia do Imersão Indústria 2024, realizado no Minascentro, em Belo Horizonte, teve como foco a transição energética. Promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), o evento é considerado o maior do setor produtivo e, este ano, reuniu representantes de diferentes associações e empresas do setor elétrico para discutir as oportunidades e desafios que cercam a adoção de energias renováveis no Brasil.
Em seu pronunciamento, o presidente do Sindicato Intermunicipal das Empresas de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia do Estado de Minas Gerais, Augusto César Campos, ressaltou a importância de Minas Gerais no cenário energético nacional. Ele destacou o papel estratégico do estado. “Minas Gerais tem um enorme potencial energético, e é nosso dever liderar essa transição para fontes renováveis’’. De acordo com ele, o setor produtivo precisa não apenas adaptar-se, mas inovar e investir em tecnologias que garantam uma geração de energia limpa e sustentável, sem perder de vista a competitividade da indústria.
A programação teve início com o painel “As associações do setor elétrico brasileiro”, na qual foram apresentadas palestras que abordaram diferentes fontes de energia renovável. Camila Fernandes, diretora da Associação Brasileira de Geração de Energia Elétrica (Abrage), discutiu “A importância da Hidroeletricidade e do Potencial Mineiro na Transição Energética”.
Em seguida, Carlos Evangelista, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), trouxe à discussão a “Importância da Energia Solar e do Potencial Mineiro na Transição Energética”. Com os avanços no setor solar, Minas Gerais desponta como um dos estados mais promissores para a expansão dessa tecnologia.
Alessandra Torres, presidenta da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), abordou “Os desafios ambientais no Brasil e em Minas Gerais para a Transição Energética”, destacando os obstáculos regulatórios e ambientais que precisam ser superados para que o setor cresça de forma sustentável.
Ainda na temática das energias renováveis, André Themoteo, executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), falou sobre “A importância da energia eólica e do potencial mineiro na transição energética”. Themoteo frisou o crescimento expressivo da energia eólica no Brasil, destacando que o estado pode se beneficiar da diversidade de sua matriz energética.
A sessão foi concluída com a palestra de Charles Lenzi, presidente executivo da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), que discutiu “Os desafios para a indústria brasileira e mineira na transição energética”. Lenzi alertou para a necessidade de uma maior articulação entre governo e setor privado para viabilizar o crescimento das fontes limpas no país.
Na segunda parte do evento, o foco se voltou para o papel da academia no desenvolvimento de novas tecnologias energéticas. O reitor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), professor Edson da Costa Bortoni, apresentou a palestra “O Laboratório de Hidrogênio Verde da Unifei e os Desafios da Produção Desse Combustível em Larga Escala no Brasil”. Bortoni destacou o avanço das pesquisas na universidade e a importância do hidrogênio verde como uma das soluções mais promissoras para a transição energética.
Em um debate final, lideranças do setor produtivo discutiram possíveis colaborações entre empresas e instituições de ensino. O professor Edson Bortoni, Joana Cruz (sócia-fundadora e diretora geral da Azurit), Henrique Reis (advogado especializado no setor elétrico), Glauber Freitas (diretor de operações da Hy Brazil S/A e vice-presidente do Singtd), e Ricardo Carneiro (vice-presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB/MG), compartilharam suas perspectivas sobre os caminhos que Minas Gerais pode trilhar para se consolidar como referência na geração de energia limpa.
O Imersão Indústria é realizado pela FIEMG, SESI e SENAI, com patrocínio máster da ArcelorMittal, Codemge, CNI e Vale; apoio máster do SEBRAE; patrocínio ouro da Herculano Mineração, Gerdau, Eletrobras, Schneider Eletric; patrocínio prata do Sicoob Credfiemg, Copasa, CBMM, Souza Cruz/BAT Brasil, USIMINAS e Nanum Nanotecnologia; e apoio do BDMG, Localiza, Bemisa, Sambatec, FAEMG e Fecomércio.
Caio Tárcia
Imprensa FIEMG