Presidentes, CEOs e executivos de grandes empresas – estrangeiras e nacionais – de diferentes segmentos debateram nessa quarta-feira (5/7) assuntos atuais e relevantes que cercam a economia brasileira durante um painel temático no primeiro dia do Conselho Empresarial Brasil Japão (Cebraj). Mediado pela jornalista Giuliana Morrone, os debates abordaram panorama econômico e prioridades para a indústria, comércio e diversificação das cadeias globais de valor. O Cebraj é realizado no Teatro SESIMINAS, em Belo Horizonte.
“É importante estar aqui, para conduzir essa conversa sobre um futuro mais próspero para todos nós, falando de sustentabilidade, de oportunidades de cooperação bilateral para o desenvolvimento do Brasil e do Japão e de políticas industriais modernas”, afirmou a jornalista ao abrir o debate, ressaltando também que “o momento impõe desafios, como os da mudança climática e da digitalização de processos produtivos”.
O gerente executivo de Economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Teles, apresentou alguns dados macroeconômicos da economia brasileira e mostrou um cenário que a entidade vislumbra para o país em 2023. Entre outras informações, Teles apontou que o Brasil conseguiu se recuperar das perdas geradas pela pandemia de covid e a CNI projeta que o país feche 2023 com crescimento de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
“O Brasil convive com duas situações que se opõem neste momento. Primeiro é a política monetária contracionista do governo, com uma taxa real de juros de 9,2%, utilizada para abaixar a inflação e, do outro lado, temos o mercado de trabalho com o número de pessoas ocupadas, seja formal ou informal, em crescimento contínuo”, destacou. Mário Sérgio Teles falou também sobre as quatro missões de política industrial propostas pela CNI para retomar desenvolvimento do país que passam pela “descarbonização da economia, transformação digital, saúde e segurança sanitária e defesa e segurança nacional”.
Investimentos e reformas
Sob o viés financeiro, o Akihiko Kisaka, presidente e country head do Brasil do Banco MUFG Brasil S.A, em tradução para o português, pontuou que o Japão pode elevar os investimentos no Brasil, haja vista o potencial das reservas naturais para a produção de energia renovável e a extensão territorial. No entanto, segundo Kisaka, o país precisa acelerar as reformas estruturantes parar oferecer um ambiente de negócios mais favorável para o investidor estrangeiro.
A diversificação de cadeias globais de valor, que representa conjunto de atividades necessárias a produção e entrega do produto ao consumidor final, foi debatida por representantes de entidade e de multinacionais dos setores alimentício, automotivo e tabaco. Guilherme Bez Marques, relações institucionais e internacionais da BRF, Masahiro Inoue, CEO da América Latina e Caribe da Toyota Motor Corporation, Takahiro Kumamoto, vice-presidente de Negócios Internacionais da Japan Tobacco, Márcio Rodrigues, gerente executivo de Novos Mercados da JBS, e João Ireneu Medeiros, vice-presidente da Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) foram os participantes do painel.
Cadeias de suprimentos
De maneira geral, os debatedores apresentaram alguns dados sobre os seus respectivos setores no Brasil e no exterior, sustentabilidade, descarbonização da indústria, tecnologia, acordos comerciais, cooperação bilateral e cadeia de suprimentos. “Neste momento pós-pandemia, quando o mundo passa por uma rediscussão das cadeias de suprimentos, relação entre Brasil e Japão é complementar e sinérgica. O momento de nova agenda internacional para o nosso país e, de fato, evento com esse aqui em Minas são extremantes relevantes”, afirmou Márcio Rodrigues.
Realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a FIEMG e a Federação das Indústrias do Japão (Keidanren), Cebraj tem patrocínio ouro da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e do Governo de Minas, patrocínio prata da Cenibra e da Vale e patrocínio bronze da Usiminas.
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