O Conselho de Tecnologia e Inovação da Indústria da FIEMG realizou na última quinta-feira (21/3) a primeira reunião do ano. Agora, sob a presidência de Matheus Pedrosa, o Conselho debateu o cenário atual da produção no Brasil e do mercado de trabalho da indústria.
A abertura da reunião foi feita pelo presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, que deu boas-vindas ao novo presidente do colegiado e destacou a importância da discussão acerca da tecnologia para o futuro da indústria mineira. “Esse conselho é fundamental porque a indústria permanece competitiva é através da inovação e também por meio da aplicação de novas tecnologias”, disse.
“O desafio brasileiro é relativamente alto, mas tem muitas oportunidades e a tecnologia e a própria inteligência artificial talvez democratizem um pouco o acesso a algumas tecnologias que eram acessíveis só a grandes players. E o maior papel desse conselho hoje é propagar isso, ou seja, que não tecnologia e inovação não são um bicho de sete cabeças”, disse.
Na sequência Matheus Pedrosa se apresentou e abriu os trabalhos do Conselho. “Eu estou aqui representando o industrial de Minas Gerais de uma média empresa que precisa elevar o nível de competitividade de sua empresa. E acho que, se tem um indicador que vai permitir medir o sucesso desse conselho, não é o nível de maturidade em tecnologia ou inovação, e sim a competitividade da indústria mineira”, pontuou.
Ele também falou sobre o papel e as atribuições do Conselho e apresentou aos presentes o propósito do coletivo, que é “Elevar o nível de competitividade da indústria por meio da promoção e da prática de tecnologia e inovação aplicada ao negócio”.
Ainda no encontro, os gerentes de Economia e de Educação da FIEMG, Ricardo Aloysio e , João Pio, respectivamente, fizeram apresentações sobre o cenário atual da economia brasileira e mineira, projeções para o ano e desafios para a indústria, com destaque para a questão da desindustrialização e falta de mão de obra qualificada para o setor.
Dando um panorama geral da indústria na economia, João Pio pontuou situações conjunturais e estruturais que impactam ou podem impactar o setor em 2024. Entre os fatores estruturais, que segundo o economista seriam os principais, pois estariam levando a indústria brasileira a um processo de desindustrialização, ele destacou o déficit de infraestrutura, insegurança jurídica, elevada carga tributária, entre outros.
Já Ricardo Aloysio apresentou uma análise em relação à Indústria 4.0 no Brasil a partir dos resultados de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) em 2022 e 2016, que revela algumas das possíveis causas para o processo desindustrialização do Brasil e a falta de investimento em tecnologia por parte das empresas. Entre os gargalos apontados pelos entrevistados há diversas barreiras internas, tais como alto custo de implantação e a dificuldade para integrar novas tecnologias aos softwares das empresas, e barreiras externas como a falta de trabalhador qualificado e ausência de linhas de financiamento adequadas. “O maior problema que as pesquisas mostram é que nada mudou em cinco anos, ou seja, os problemas que foram apontados há cinco anos são as mesmas dificuldades que se apresentam na última pesquisa”, destacou Aloysio.
A partir da contextualização apresentada, ele falou sobre a importância da reindustrialização do país e apontou algumas soluções – considerando que o Brasil tem baixa adesão à automação, alto custo do trabalho e tecnologia cara – como: 1- low cost automation (automação de baixo custo); e 2- industrial smart working (trabalho industrial inteligente).
Ao final das apresentações, foi aberto um debate entre os mais de 30 integrantes do conselho e firmado o cronograma de atividades do grupo, que deve se reunir mensalmente ao longo do ano. Em seguida, o superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Gustavo Macena, fez o encerramento da reunião destacando a qualidade da atual formação do conselho e a importância de que os integrantes tragam contribuições para que o corpo técnico da FIEMG viabilize as ideias.
“Quando a gente selecionou esses nomes, a gente sabia o tamanho de quem a gente ia ter, porque vocês são todos extremamente reconhecidos no mercado. Muitos de vocês sentam em conselhos de altíssima relevância e nós nos esforçamos para valorizar o que talvez vocês tenham de mais importante: o tempo. E nosso papel é fazer acontecer a partir da cabeça de vocês”, concluiu Macena.
Thaís Mota
Imprensa FIEMG