Com um investimento cada vez maior em energia não renovável, o Brasil tem visto o custo da energia elétrica crescer cada vez mais no país, o que impacta diretamente o setor produtivo. Segundo estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), o custo médio para produção de energia renovável no Brasil em 2021 foi de R$ 179,5 por megawatt-hora (MWh), enquanto o custo de produção de energia não renovável era de R$ 441,8 por megawatt-hora (MWh), ou seja, mais que o dobro.
Elaboração: Gerência de Economia e Finanças Empresariais – FIEMG
“Além dos danos ambientais, as fontes não renováveis de produção de energia elétrica provocam prejuízos econômicos ao país quando comparadas às renováveis. Se fossem substituídas, o custo total com energia poderia diminuir até 20,4%, algo em torno de R$ 30,4 bilhões por ano”, destacou o economista-chefe da FIEMG, João Gabriel Pio.
Essa substituição das fontes não renováveis por renováveis, com a consequente redução dos custos com energia, traria impactos sociais e econômicos para o país, com aumento do faturamento, da geração de empregos, da massa salarial, das exportações e do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
“O número de empregos que seriam gerados é estimado em mais de 870 mil, o que se aproxima do total de postos de trabalho formal de uma cidade como Fortaleza. Já o crescimento estimado da massa salarial seria de R$ 29,3 bilhões, o que corresponde ao pagamento anual de quatro milhões de benefícios do Bolsa Família. Sem contar que aumentaria o PIB do país em 0,95%”, detalha João Pio.
Além dos impactos econômicos, a mudança da matriz elétrica brasileira no sentido de uma retomada da produção de energia limpa a partir de hidrelétricas, solares, eólicas e termelétricas a biomassa, impactaria diretamente as famílias, uma vez que haveria redução de aproximadamente 20,4% da conta de luz. Essa diminuição geraria uma reação em cadeia que levaria a uma queda de 2,9% no preço do leite, de 6,4% no preço do material escolar e de 3,2% no preço da cesta básica.
Nesse sentido, a FIEMG lançou, neste mês de outubro, a campanha “Combatendo as Mudanças Climáticas: a matriz elétrica e as estratégias para um futuro mais sustentável”, que tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância do investimento e do incentivo às fontes de energia elétrica renováveis, em detrimento das fontes de energia elétrica não renováveis que, ao longo dos últimos 30 anos, vêm crescendo e sujando a matriz elétrica brasileira.
Além de contribuir para a redução do custo da energia, essa transição auxiliaria o Brasil a atingir as metas de descarbonização assumidas pelo país. Também reduziria o impacto das mudanças climáticas que vêm assolando várias cidades brasileiras.
Confira o estudo na íntegra, clicando aqui.
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Thaís Mota
Imprensa FIEMG