Na reunião periódica realizada no dia 16 de julho na sede da FIEMG, em Belo Horizonte, a Câmara da Indústria de Alimentos e Bebidas abordou temas cruciais para o setor. Winícius Dantas, presidente da Câmara, destacou a relevância da indústria alimentícia na economia brasileira e a necessidade de um movimento liderado pelos sindicatos para fortalecer o setor. Com 26 sindicatos associados, a Câmara é a maior representação sindical do setor.
Renata Faraco, perita técnica em Alimentos e Bebidas e Engenheira de Alimentos, foi uma das convidadas e apresentou a palestra “Alimentos Ultraprocessados: verdades, mitos e classificações”. Faraco enfatizou a importância dos alimentos processados no contexto da Agenda 2030 da ONU, cujo objetivo é acabar com a fome mundial. “Acreditamos que os alimentos processados desempenham um papel crucial”, afirmou.
Ela explicou a diferença entre alimentos processados e industrializados, destacando que os primeiros passam por algum tipo de processamento para transformar matéria-prima em produto, enquanto os segundos passam por vários processos industriais, não se parecendo com produção caseira.
Faraco também criticou a demonização dos produtos processados nas redes sociais, desmistificando alguns mitos. “A verdade é que os alimentos processados podem ser nutricionalmente superiores aos alimentos in natura devido à sua concentração de nutrientes. Além disso, são seguros, ajudam a suprir a falta de alimentos sazonais e nas entre safras, diminuem o desperdício e são mais baratos”, explicou.
Shirley Alexandra, da gerência de Assuntos Tributários da FIEMG, também participou do encontro e conduziu a discussão sobre “Tributação: Alimentos Ultraprocessados”. Alexandra explicou a PLP 68/2024, uma proposta de modernização do sistema de tributação sobre alimentos processados e ultraprocessados. Segundo ela, a tributação desses alimentos, além de não resolver o problema de má alimentação, aumenta o custo dos produtos.
Cristian Kelly, executiva sindical do Sinduscarne, apresentou um case de sucesso: “Treinamentos de Aprendizagem em Processamento de Carnes no SENAI ARG”, ilustrando iniciativas de capacitação profissional no setor.
Kelly explicou que, inicialmente, não havia um treinamento específico para o setor de carnes. A demanda foi então apresentada ao SENAI, que desenvolveu um curso customizado para atender às necessidades da indústria. Ela destacou que um dos principais desafios enfrentados foi a falta de conhecimento sobre a indústria cárnea.
Denise Lucas
Imprensa FIEMG