O Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra) realizou nesta quinta-feira, 31 de outubro, seu encontro anual do setor de agregados na sede da FIEMG, em Belo Horizonte. O evento, que já se tornou uma tradição no setor, reuniu representantes de toda Minas Gerais para debater os desafios e as perspectivas econômicas, tributárias e ambientais que impactam a indústria de agregados.
Para o presidente do Sindiextra, Luís Márcio Vianna, o evento reforça a relevância do setor na economia mineira. “É um prazer a cada ano recebê-los aqui para esse encontro que já se tornou tradicional”, afirmou, destacando a importância de fortalecer os laços entre os agentes do setor.
José Fernando Coura, presidente do Conselho Deliberativo do sindicato, abordou o viés social da mineração. “É uma honra recebê-los aqui na FIEMG, que é a casa da mineração e da indústria. “A mineração é essencial para a nossa vida cotidiana, fornecendo o sustento e a base para o desenvolvimento. A mineração é casa e comida. Ela está presente nos produtos que corrigem o solo e que fortalece o agronegócio, e também nas construções estruturantes e residências, com o aço e outros materiais que tornam nossa existência possível”, disse.
O evento também contou com a fala do conselheiro Gustavo Lanna, que enfatizou o papel das pequenas e médias empresas no setor. “Hoje, temos 34 empresas de agregados compondo o sindicato. Nosso desafio é trazer o setor, pulverizado e composto em grande parte por empresas familiares, para um nível mais profissionalizado”, explicou Lanna.
O encontro contou com representantes de 21 empresas, entre elas, a Britasul, do grupo EBAM, localizada em Pouso Alegre. Aline de Barros Santos, diretora executiva, elogiou o evento e destacou a importância do associativismo para o fortalecimento do setor. “Somos associados há oito anos e, durante esse período, testemunhamos o papel fundamental do sindicato em organizar nossas demandas e apresentá-las aos órgãos competentes. Sozinhos, essa tarefa seria muito mais desafiadora, e o Sindiextra tem sido um parceiro essencial, ajudando o setor a ficar mais organizado, competitivo e regularizado”, ressaltou a executiva.
Reforma Tributária e Impacto no Setor – Thiago Feital, consultor tributário da FIEMG, apresentou a palestra “Cenário de Hoje da Reforma Tributária”, abordando as mudanças que vêm sendo implementadas no sistema tributário brasileiro. Ele destacou o avanço nas propostas de unificação de impostos, com a substituição de PIS, Cofins, IOF, ICMS e ISS por CBS e IBS. “A reforma não é a ideal, mas ainda sim é muito melhor do que o sistema que temos atualmente”, afirmou, pontuando que a FIEMG está comprometida em garantir que o setor industrial não seja prejudicado. Feital também explicou os conceitos de Split Payment e imposto seletivo, que trarão mais clareza e previsibilidade para o setor.
Conjuntura Econômica – João Gabriel Pio, gerente de Estudos Econômicos da FIEMG, trouxe uma análise econômica na palestra “Conjuntura Econômica e a Perspectiva 2025 – Cenário do Mercado do Trabalho”. Segundo Pio, o consumo das famílias e as transferências de renda do governo têm sido os principais motores do crescimento econômico no Brasil, representando mais de 60% do PIB. Ele ressaltou ainda que o mercado de trabalho segue aquecido, com a menor taxa de desemprego nos últimos 10 anos, impulsionando o consumo e o PIB nacional.
O PIB do setor agropecuário tem apresentado crescimento consistente na produção, consolidando-se como um dos destaques econômicos. No setor de serviços, o aquecimento do mercado de trabalho e os programas de transferência de renda impulsionaram o consumo, que foi reprimido pelas restrições impostas durante a pandemia de COVID-19. A indústria registrou uma recuperação em “V”, com uma média de crescimento de 2,7% entre 2021 e 2023. Especificamente, a indústria de transformação apresentou um desempenho superior em 2024, com um crescimento acumulado de 3,2%. No entanto, a atividade ainda se encontra 19,8% abaixo do pico de sua média.
Minas Gerais acompanhou o ritmo de crescimento do PIB brasileiro, com uma expansão de 4%, avançando acima da média nacional. No setor de indústria extrativa, o crescimento foi de 3,6% no Brasil e 8,4% em Minas Gerais, que manteve uma taxa média de crescimento de 2,6% nos últimos anos.
Sustentabilidade e Regularização Ambiental – A última palestra foi ministrada pelo presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), Rodrigo Franco, e o diretor de apoio à regularização ambiental da fundação, Fernando Baliani, sob o tema “FEAM e suas Atribuições Aplicadas aos Agregados”. Franco destacou que a FEAM trabalha de forma institucionalizada, com 2.800 processos anuais, sem passivos ambientais em Minas Gerais, e reforçou a importância de parcerias entre o governo e o setor produtivo para soluções sustentáveis.
Já Fernando Baliani apresentou o novo modelo de gestão que visa facilitar a rotina do setor, prometendo mais previsibilidade e segurança para os empreendedores. Ele explicou que, a partir de 2025, a formalização dos processos não poderá passar de 10 dias, e o prazo para a concessão da licença será de até 60 dias, além de investimentos em tecnologia e inteligência artificial para otimizar o andamento dos processos.
Confira as fotos do Encontro anual do setor de agregados na sede da FIEMG no Flick do Sistema FIEMG.
Denise Lucas
Imprensa FIEMG