A última pesquisa de Indicadores Industriais (INDEX), referente a fevereiro, revelou uma expansão em cinco das seis variáveis analisadas, em comparação com janeiro. Destaque para o faturamento da indústria geral, composta pela indústria de transformação e extrativa, que cresceu expressivos 9,6%, impulsionado pelo aumento de pedidos em carteira. Esse avanço representa o segundo maior registro para o mês de fevereiro desde 2003, quando a série histórica teve início.
As horas trabalhadas na produção também apresentaram um aumento de 1,6%, justificado pela maior concentração de funcionários em férias no mês anterior. Além disso, a utilização da capacidade instalada cresceu, especialmente devido ao incremento no segmento de transformação.
No que se refere ao mercado de trabalho, a massa salarial registrou um avanço de 2,3% em fevereiro, impulsionada pelo pagamento de participações nos lucros e resultados. Esse fator também contribuiu para elevar em 1,8% o rendimento médio real da indústria, enquanto o emprego se manteve praticamente estável em relação a janeiro.
O primeiro bimestre do ano mostrou resultados positivos para a indústria de Minas Gerais, impulsionados por diversos fatores, como a expansão dos benefícios sociais, o mercado de trabalho aquecido, a desaceleração da inflação e os efeitos positivos da flexibilização monetária no consumo de bens mais dependentes de financiamento.
Apesar disso, é importante observar que o desempenho mais modesto do setor agrícola neste ano pode resultar em um estímulo reduzido para os setores da indústria relacionados à agropecuária, como o de máquinas e equipamentos e o de veículos pesados.
Apesar desses desafios, as perspectivas para os próximos meses permanecem favoráveis. O reajuste do salário mínimo, os gastos do governo – especialmente o pagamento de precatórios nos primeiros meses do ano – e a continuidade do processo de redução das taxas de juros deverão seguir estimulando a demanda das famílias e beneficiando a atividade industrial.