A indústria de cerâmica vermelha do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba vive um novo momento. Após anos enfrentando desafios como a falta de mão de obra qualificada, custos crescentes de produção e a concorrência com materiais alternativos, o setor começa a colher os frutos de uma transformação liderada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), com o apoio do Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção do Estado de Minas Gerais (SINCOTAP) e da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG).
Desde 2021, mais de R$450 mil foram investidos diretamente em projetos de fortalecimento e inovação no setor, impactando 25 indústrias da região e capacitando mais de 50 profissionais.
Tecnologia no chão de fábrica
Entre as principais iniciativas está o Projeto SIMM – Sistema Inteligente de Monitoramento de Máquinas, que levou a Indústria 4.0 para dentro das fábricas. Por meio da instalação de sensores conectados à nuvem, as empresas passaram a monitorar em tempo real variáveis críticas como temperatura, umidade e absorção de água nos blocos cerâmicos.
“A redução de falhas operacionais e o ganho de produtividade foram os principais resultados. Hoje, os empresários têm dados para tomar decisões rápidas e assertivas”, explica Thadeu Chaves, gerente de Projetos para a Indústria do IEL/FIEMG.
Energia mais barata: R$3,6 milhões de economia prevista
Outro avanço relevante foi no campo da eficiência energética. Após diagnósticos realizados pela Gerência de Energia da FIEMG, oito empresas já estão aptas a migrar para o mercado livre de energia, com previsão de economia média de 23,8% nas contas mensais. O impacto financeiro é expressivo: uma redução anual de mais de R$3,6 milhões para o conjunto das indústrias atendidas.
“As empresas já estão em processo de negociação com comercializadoras de energia e contam com acompanhamento técnico para garantir o sucesso na transição”, destaca Thadeu.
Internacionalização: América Latina, EUA e México no radar
A abertura de mercados internacionais também está no foco. Com o apoio técnico do Centro Internacional de Negócios da FIEMG (CIN), foram realizados estudos de mercado para a América Latina, os Estados Unidos e o México, mapeando oportunidades para a exportação de telhas cerâmicas.
“A exportação virou uma estratégia de sobrevivência. Esses estudos nos deram um norte claro de como as indústrias da região podem atuar fora do Brasil”, afirma Ivan Abrão Filho, presidente do SINCOTAP.
Os documentos trazem análises detalhadas sobre demanda, exigências técnicas, logística e oportunidades comerciais em países como Argentina, Paraguai, Uruguai, Panamá, República Dominicana, Estados Unidos e México.
Produtividade em alta com o Brasil Mais Produtivo
Com apoio do SENAI, Sebrae e Governo Federal, as indústrias da região também aderiram ao Programa Brasil Mais Produtivo, com foco em Lean Manufacturing e eficiência energética. Foram cerca de R$20 mil por empresa, totalizando mais de R$320 mil investidos no setor. Os resultados já são visíveis: algumas empresas registraram ganhos de produtividade superiores a 50% e redução de mais de 29% no consumo de energia em sistemas de refrigeração.
Automação: o próximo passo
O futuro passa pela automação. Em parceria com o SENAI 4.0, o IEL está conduzindo diagnósticos personalizados nas empresas para a construção de roadmaps de automação industrial.
“A automação deixou de ser uma escolha. Hoje, é uma questão de sobrevivência para o setor”, reforça Ivan Abrão Filho.
As etapas incluem redesenho de layout, definição de processos críticos a serem automatizados, análise de retorno sobre investimento (ROI) e planejamento de implantação de tecnologias, com investimento médio de R$29 mil por empresa, em grupos de atendimento.
Compras coletivas: economia de escala como diferencial
Outra inovação foi a criação de um sistema de compras coletivas, desenvolvido com o apoio do IEL e da empresa especializada Área Central. A ideia é simples: unir as empresas para negociar melhores condições na compra de insumos, equipamentos e serviços.
“A central de compras é um marco para o setor. Estamos mostrando que, unidos, conseguimos muito mais força comercial”, afirma Ivan.
O protagonismo do IEL
Para o IEL, os números comprovam o impacto das ações:
✔️ R$ 450 mil em investimentos
✔️ 25 empresas atendidas
✔️ 50 profissionais capacitados
✔️ Economia média de 23,8% em energia
✔️ Mercados internacionais mapeados
✔️ Expectativa de crescimento de 6% no setor
“O papel do IEL tem sido construir soluções integradas: ouvimos os empresários, entendemos as demandas e entregamos projetos que geram resultados reais. Esse é o nosso compromisso com a indústria de Minas Gerais”, conclui Thadeu Chaves.
Imprensa FIEMG