Fundação João Pinheiro (FJP) divulgou, nesta quarta feira (26/3), aos dados do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais referentes ao quarto trimestre de 2024. O acumulado no ano aponta um crescimento do PIB do estado de 3,1%, número muito próximo ao estimado pela FIEMG, por meio da Gerência de Economia e Finanças Empresariais, em seu balanço anual, que projetava um crescimento de 3% no ano.
Setorialmente, destaca-se o bom desempenho da indústria (3,8%) e do setor de serviços (3,3%). Por sua vez, o agropecuário registrou uma queda de 6,1%. O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, destaca o protagonismo do setor produtivo no crescimento da economia mineira: “O sólido desempenho da indústria foi um dos motores do avanço do PIB em 2024. Não por acaso, o setor industrial registrou expansão em todos os grandes segmentos”.
A contribuição do setor industrial é observada em números, com destaque para o crescimento do PIB da construção civil (7,7%), de energia e saneamento (5,6%), de transformação (3,1%) e da indústria extrativa (1,8%). A atividade econômica em 2024 foi impulsionada, sobretudo, pela ampliação do consumo das famílias, consequência do aumento da renda por meio de transferências de renda e de aumentos reais sobre o salário mínimo, e pela ampliação do acesso ao crédito.
Embora a economia mineira tenha apresentado um crescimento significativo no ano passado, a comparação entre o quarto trimestre de 2024 e o mesmo período anterior anterior revela sinais de desaceleração econômica, tendência que também foi observada em âmbito nacional.
Na margem, o PIB de Minas Gerais registrou um modesto crescimento de 0,4%, impulsionado por um avanço tímido de 0,2% no setor de serviços. A desaceleração é ainda mais evidente ao observarmos os números da indústria, que apresentou uma queda de 0,5%, e da agropecuária, que recuou 3,1%.
Flávio Roscoe considera que “a desaceleração da economia decorre, entre outros fatores, de uma política monetária contracionista do Banco Central, que tem elevado a taxa Selic, e de pressões inflacionárias, que, além de aumentarem os custos produtivos, corroem o poder de compra das famílias”
Para 2025, a FIEMG projeta um crescimento mais moderado para a economia mineira, estimado em 2,1%, com a indústria contribuindo com uma alta de 2,2%. Para que o avanço PIB do estado continue e seja sustentável, Roscoe reforça a necessidade de manutenção do poder de compra das famílias e de um ambiente favorável aos negócios: “É essencial implementar medidas que não apenas controlem a inflação, mas também preservem o ambiente de negócios, incentivem os investimentos produtivos e promovam um crescimento econômico sustentável”.
Imprensa FIEMG
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