As hidrelétricas voltaram ao centro do debate sobre o futuro energético brasileiro durante o segundo dia do Imersão Indústria. O painel “Reservatórios Estratégicos: A Força Oculta das Hidrelétricas no Sistema Elétrico” reuniu lideranças do setor para discutir o papel dos reservatórios na garantia da confiabilidade, segurança e equilíbrio da matriz elétrica nacional.
Participaram do debate Marisete Fátima Dadald Pereira, presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (ABRAGE), Renata Menescal, diretora jurídica e de regulação da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (ABRAGEL), e Tânia Mara Santos, gerente de Energia da FIEMG, que mediou o encontro.
As especialistas destacaram que, diante do avanço das fontes intermitentes como a solar e a eólica, os reservatórios hidrelétricos desempenham papel fundamental como “baterias naturais” do sistema, garantindo estabilidade e eficiência. Para a gerente de Energia da FIEMG, Tânia Santos, o setor precisa retomar o protagonismo das hidrelétricas no planejamento energético nacional. “Nós precisamos das baterias naturais de volta ao sistema elétrico, pois queremos confiabilidade de volta ao sistema. O consumidor não aguenta mais pagar a conta, e a FIEMG é uma defensora dessa pauta porque sabemos que é uma energia mais barata e limpa”, afirmou Santos.
A presidente da ABRAGE, Marisete Dadald, destacou que o momento atual é decisivo para a definição de políticas públicas e marcos regulatórios que estimulem novos investimentos no setor. “Nós não podemos deixar de aproveitar esta janela para discutir as medidas provisórias. Já conseguimos muitos avanços, e a MP 1304 trará a abertura do mercado e novos subsídios. Chegamos a um estágio do setor em que precisamos buscar soluções que incentivem o crescimento dos investimentos”, afirmou Dadald.
Já a diretora jurídica e de regulação da ABRAGEL, Renata Menescal, ressaltou o potencial da cadeia produtiva nacional e a importância da geração hidrelétrica de pequeno e médio portes. Segundo ela, 650 novos projetos estão prontos para participar de leilões, totalizando cerca de 10 gigawatts de potência instalada. “Temos uma cadeia produtiva 100% nacional, e isso move a indústria. O Brasil tem enorme potencial”, afirmou Menescal.
Renata também anunciou a realização de um workshop da ABRAGEL voltado para jovens e mulheres, com o objetivo de atrair novos talentos e fortalecer a diversidade no setor. Em sua avaliação, a flexibilidade das hidrelétricas é um diferencial que deve ser valorizado. “Quando falamos de flexibilidade, estamos falando de um atributo muito relevante. Podemos subir ou reduzir a produção de acordo com a necessidade, e isso é o que torna as hidrelétricas controláveis e fundamentais para a segurança energética”, completou.
O painel reforçou a importância das hidrelétricas para a transição energética, a preservação dos recursos hídricos e a competitividade industrial do país. As lideranças defenderam o reconhecimento do valor estratégico dos reservatórios no planejamento da matriz elétrica, promovendo um sistema energético mais limpo, seguro e sustentável.
A 7ª edição do Imersão Indústria é uma realização do SESI, SENAI, IEL e FIEMG. Conta com patrocínio máster da Vale e do Sicoob, apoio máster do Sebrae, patrocínio ouro de ArcelorMittal, Energisa, Herculano Mineração, Samarco e Usiminas; e patrocínio prata de AngloGold Ashanti, Construtora Barbosa Mello, Bemisa, Copasa, Grupo Avante, J. Mendes, Kinross, ManpowerGroup e RHI Magnesita, além de apoio da UNA, Rede Minas e rádio Inconfidência, por meio da Empresa Mineira de Comunicação.
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Fernanda Borges
Imprensa FIEMG