O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, visitou nesta terça-feira, (14/10), a estrutura do porto de Antuérpia, em Flandres, na Bélgica. O porto é o segundo maior da Europa, perdendo apenas para o de Roterdã. A agenda fez parte da missão do governo de Minas Gerais à Europa.
Além da visita ao porto, a comitiva passou por alguns galpões do Armazém Molenbergnatie, onde estavam armazenados produtos importados de Minas Gerais para os países europeus. “Estamos vendo onde nosso café chega para a Europa”, contou o presidente durante a visita, que teve como objetivo a compreensão do papel estratégico do porto, um dos maiores hubs logísticos da Europa. O Porto de Antuérpia está no coração da Europa e é acessível a diversos tipos de embarcações.
Bacia Minerária Nord-Pas-de-Calais
Ainda nesta terça-feira, a delegação mineira esteve na Bacia Minerária Nord-Pas-de-Calais, uma antiga área de exploração de carvão no norte da França, que se estende por cerca de 120 km perto da fronteira com a Bélgica.
Principal bacia da França, ela foi fundamental para a industrialização do país durante a Revolução Industrial e para a reconstrução após a Segunda Guerra Mundial, produzindo praticamente metade do carvão francês entre 1940 e 1960.
Durante a visita, foram tratados os desafios que a região tem enfrentado, no que diz respeito ao processo de reconversão territorial, econômica e paisagística, após o fechamento da mina em 1990.
“Estamos na região mineira de Nord-Pas-de-Calais, onde nas décadas de 1960 e 1970 houve o auge da atividade minerária de carvão. Depois as minas começaram a ser descomissionadas, porque acabou-se com a atividade de mineração de carvão aqui na década de 1990. E, hoje, viemos conhecer e aprender o que fizeram para reestruturar e reorganizar a região, que chegou a ter aproximadamente 220 mil trabalhadores franceses, em uma região relativamente pequena”, explicou Roscoe.
Ainda durante a visita, ele comparou a mineração de carvão na França à atividade minérária no Brasil e, sobretudo, em Minas. “Pudemos ver as vantagens competitivas de Minas Gerais em relação à essa região, que era dependente de um único mineral, enquanto Minas tem vários minerais. Inclusive, já passamos por outros ciclos de exaustão de minas no Estado. É importante destacar ainda que a mineração aqui é subterrânea, enquanto nossa mineração é de superfície, então os impactos são menores. E, apesar das diferenças, pudemos ver as possíveis ações para mitigação dos impactos pós-mineração”, completou o presidente da FIEMG.
Na avaliação de Roscoe, “a região [da França] se tornou um exemplo de desenvolvimento pós-mineração. O local está sendo reurbanizado e a infraestrutura está sendo adaptada, com o objetivo da realização de novas atividades, como a logística e o turismo sustentável”. Em 2013, foi reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial da paisagem cultural. Além disso, a região está sendo redesenhada para se tornar ponto turístico, local para prática de paraglider, montanhismo e mountain bike.
“No Brasil, ainda estamos mineirando nossas barragens, reciclando minério e agora que começaremos a fazer pilhas mas, no futuro, a utilização dessas pilhas pode ser similar às daqui. Então, estamos visitando e vendo as oportunidades aqui na França da ressignificação da mineração após o fim de seu ciclo como atividade econômica”, salientou.
Marina Rigueira e Thaís Mota
Imprensa FIEMG