A produção industrial brasileira recuou 0,9% em maio, em relação a abril. O resultado, que marcou o segundo mês seguido de queda, foi melhor que o esperado pelo mercado. A redução foi influenciada pelo segmento de transformação (-2,2%), enquanto o segmento extrativo (2,6%) avançou no mês. No ano, a produção industrial acumula crescimento de 2,5%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (3) pelo IBGE.
De acordo com o levantamento, todas as grandes categorias pesquisadas mostraram redução no mês: bens de consumo duráveis (-5,7%), bens de capital (-2,7%), bens intermediários (-0,8%) e bens de consumo não duráveis (-0,1%). Dentre as 24 atividades analisadas, 16 apresentaram recuo. As principais influências negativas foram em veículos (-11,7%) e alimentos (-4%). Por sua vez, dentre as influências positivas, destaque para os derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%), informática e eletrônicos (3,7%) e têxteis (2,9%). Na comparação interanual, a produção industrial mostrou retração de 1%. Vale ressaltar que maio de 2024 teve um dia útil a menos que maio de 2023.
Ainda segundo o estudo, a produção industrial brasileira registrou crescimento de 2,5% nos cinco primeiros meses do ano.
Perspectivas
Para os próximos meses, projeta-se um crescimento moderado da indústria brasileira. O mercado de trabalho aquecido e as transferências de renda em patamar elevado seguirão estimulando o consumo das famílias. No entanto, o impacto das enchentes registradas entre abril e maio no Rio Grande do Sul são um fator de incerteza. Por um lado, deverão impactar negativamente a produção industrial no curto prazo. Por outro, os esforços de reconstrução da região poderão contribuir para a expansão da atividade. É válido destacar, ainda, a recente valorização do dólar ante o real. Esse cenário pode contribuir positivamente para tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, mas, ao mesmo tempo, representa um crescimento no custo de insumos industriais, elevando o preço dos produtos nacionais e contribuindo para o aumento da inflação.
Clique aqui e confira, na íntegra, o boletim divulgado pela Gerência de Economia e Finanças Empresariais da FIEMG.
Caio Tárcia
Imprensa FIEMG