Liderança com propósito e associativismo. Dois predicados fundamentais na caminhada de um empresário à frente dos negócios foram temas amplamente tratados por especialistas em um evento que marcou o encerramento da 2ª turma do programa Legado nessa quinta-feira (02/02), no Teatro SESIMinas, em Belo Horizonte. A iniciativa de mentoria e educação continuada é desenvolvida pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e envolve gerentes e superintendentes da Federação e integrantes do FIEMG Jovem.
O programa teve início em maio de 2022 e promoveu uma troca de experiência, práticas de autoconhecimento, alinhando vida e carreira de forma prática e equilibrada. Nesse aspecto, umas das temáticas abordadas entre mentores e mentorados foi liderança assoaciativista, apontada por Flávio Roscoe, presidente da FIEMG, como “imprescindível para quem quer deixar um legado com propósito no segmento onde atua e, por consequência, na sociedade”, disse Roscoe ao enaltecer o programa do IEL para a carreira dos participantes.
Flávio disse que o profissional que almeja se tornar um líder associativista pode enfrentar alguns desafios, como a mobilização em torno de um propósito coletivo, lidar com vaidades e interesses pessoais, fortalecer a cultura na qual acredita e traçar objetivos claros. “Legado diz respeito também a formação de um grupo, exercer influência sobre ele e se interessar pela coletividade. Precisa de muita dedicação”, observou.
Gustavo Macena, superintendente do IEL em Minas Gerais, destacou também a importância do Legado para os mentores e mentorados na trajetória associativista. “Vocês (participantes) têm a capacidade de transformação na sociedade, mas o dia a dia do associativismo é desafiador e carece de envolvimento e inspiração”, disse Macena, que foi o orador dos mentores. Na mesma direção, o presidente do FIEMG Jovem, Matheus Pedrosa, representando os mentorados, parabenizou o IEL pelo programa, que “proporcionou um troca de conhecimento e experiência enriquecedora”. A opinião de Pedrosa foi corroborada pela gerente de Educação Executiva e Hub de Carreira do IEL, Rejaine Almeida. Mentores e os mentorados recebem um certificado e uma placa pela conclusão da mentoria.
Sucessão familiar
Empresas controladas por família representam quase 70% do segmento no Brasil, segundo dados apresentados pelo consultor sênior e sócio da Cambridge Family Enterprise Group, João Bosco Silva, em uma palestra no evento. Silva falou, sobretudo, a respeito das dificuldades enfrentadas por empreendimentos nessa condição para se manter no mercado de modo sustentável.
De acordo com o consultor, no cenário global, aproximadamente 85% das empresas familiares não conseguem sobreviver até a terceira geração. Na visão da palestrante, os motivos são múltiplos e envolvem “sucessão, conflito familiares, perda de interesse da família pelos negócios, má gestão e investimentos malsucedidos”, observou.
Por outro lado, as empresas consolidadas no mercado se sustentam a partir do alinhamento de propósito entre sócios, revisão contínua da governança, com foco na tomada de decisão, destinação assertiva de recursos, entre os fatores, de acordo com Silva. “Empreendimentos familiares de alta performance cuidam ativamente do seu portifólio e estão atentos aos fatores de crescimento, consumo e riqueza”, opinou.
Afinal, qual é o seu legado?
O questionamento acima norteou a palestra da consultora comportamental Petula Borges, que instigou os participantes da mentoria a refletir sobre a questão, relacionando-a com a vida pessoal e profissional. No entender da consultora, independente da condição, legado vai além de condições materiais e envolve transformações, impactos significativos e duradouros que perpetuam ao longo do tempo para a coletividade.
Para Petula Borges, as bases do legado se sustentam em valores e princípios. “Qual é a razão do que estamos fazendo no mundo? Quais são as nossas contribuições, realizações e conexões?”, questionou ao finalizar a apresentação.
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Rafael Passos
Imprensa FIEMG
