Durante o XV Congresso Estadual do Ministério Público de Minas Gerais, realizado nos dias 7 e 8 de agosto em Belo Horizonte, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, apresentou um estudo revelador sobre a importância das hidrelétricas para a matriz elétrica brasileira. O documento, intitulado “Hidrelétricas para a Transição Energética”, destaca que, embora as hidrelétricas representam aproximadamente 75% da potência instalada no Brasil, apenas 30% do potencial hidrelétrico nacional foi explorado até agora, indicando um vasto campo para expansão.
O estudo da FIEMG ressalta que as hidrelétricas, além de fornecerem energia limpa e renovável, emitem significativamente menos gases de efeito estufa em comparação com as termelétricas. “A substituição das termelétricas por hidrelétricas pode reduzir os custos totais com energia em 19,3%, promovendo um aumento de 0,9% no PIB nacional, o que equivale a R$305 bilhões”, explicou o líder empresarial.
Roscoe também apresentou uma análise detalhada de clusters de municípios, demonstrando que regiões com hidrelétricas, como Lavras e Perdões, registraram um desenvolvimento econômico e social superior à média. A Hidrelétrica de Funil, localizada entre esses municípios, é citada como um exemplo de sucesso, evidenciando melhorias significativas no desenvolvimento humano e econômico da área.
Para acelerar a implantação de novas hidrelétricas, a FIEMG propõe a simplificação do licenciamento ambiental. “A adoção de procedimentos mais ágeis e menos burocráticos é essencial para aproveitar o potencial hidrelétrico do país e contribuir para as metas climáticas brasileiras”, afirmou Roscoe.
A pesquisa conclui que as hidrelétricas são fundamentais não apenas para a produção de energia limpa e acessível, mas também para o desenvolvimento sustentável e a competitividade econômica do Brasil. “Precisamos de políticas públicas que incentivem a expansão desse setor vital para a transição energética do país”, reforçou o presidente da FIEMG.
O XV Congresso Estadual do Ministério Público de Minas Gerais, contou com a presença de diversas personalidades, incluindo o vice-governador do Estado de Minas Gerais, professor Mateus Simões, que participou da solenidade e palestra de abertura, e Luís Márcio Vianna, presidente do Sindiextra, que abordou a sustentabilidade no setor mineral.
Segundo Vianna, a sustentabilidade na mineração é essencial para garantir a segurança e a tranquilidade da sociedade, devolvendo os territórios às suas condições originais. Além disso, a competitividade é crucial, com a otimização do uso de recursos minerais, água e energia, como o aumento do uso do minério de ferro de 15% para 80% em 20 anos. Também destacou que a atividade mineradora deve ter uma função social, ouvindo e dialogando com a sociedade e seus representantes para operar de forma responsável e respeitosa. “Toda atividade empresarial deve ter uma função social, conforme a Constituição. É crucial ouvir, dialogar e resolver questões com a sociedade e seus representantes, que nos fiscalizam e orientam”, afirmou.
Denise Lucas
Imprensa FIEMG