A 24ª reunião plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão (Cebraj) trouxe para Belo Horizonte, nos dias 5 e 6 de junho, a oportunidade da troca de conhecimentos sobre temas muito relevantes, como a “cooperação tecnológica, digitalização e indústria 4.0”, que desempenham papéis fundamentais para moldar o futuro em várias áreas, desde economia e indústria até a sociedade como um todo.
O tema foi debatido por lideranças de grandes players mundiais que atuam na área tecnológica, que falaram da importância da inovação para a competitividade, para o crescimento econômico, melhoria da qualidade de vida, sustentabilidade, avanços tecnológicos disruptivos e colaboração global. A jornalista Giuliana Morrone mediou a troca de ideias.
“Uma pesquisa da CNI, mostra que 86% das grandes empresas, 64% das médias e 42% das pequenas, usam ao menos uma tecnologia digital. O Japão possui uma série de planos estratégias voltadas para desenvolvimento e fortalecimento de tecnologias e inovações, para aumentar a eficiência e otimizar os processos na área de manufatura e robótica. O painel oferece a oportunidade de conhecer estratégias e experiências em transformação digital e, também, a oportunidade de cooperação entre o Brasil e Japão”, diz a jornalista.
As oportunidades e desafios da tecnologia no mundo
Frederico Lamego, superintendente de Negócios Internacionais do SESI, SENAI e IEL, na CNI, abre a conversa mencionando a agenda da neoindustrialização e como os Institutos Senai de Inovação podem auxiliar na evolução dessa agenda como um todo. “Atualmente trabalhamos com mais de mil pesquisadores em todo o Brasil e mais de 2,4 mil projetos de pesquisa e desenvolvimento, que vêm contribuir para o desenvolvimento de soluções tecnológicas, que alinham com as demandas das empresas. A parceria com o Japão pode ser de duas formas objetivas, seja da parte da cooperação cientifico-tecnológico das instituições ou por meio de parcerias público-privada”, analisa.
O vice-presidente global da Stefanini, Ailtom Nascimento, diz que o Brasil tem um desenvolvimento tecnológico, como por exemplo no agronegócio, que poderia ter uma possibilidade de cooperação enorme com o Japão. “A inovação tecnológica de cada país deve ser um tema prioritário para o desenvolvimento de pessoas e de economia. O acesso ao recurso financeiro pode ser uma barreira”, diz Nascimento.
Adentrando no assunto da inteligência artificial, o CEO da NEC Latim America, Yasushi Tanabe, diz que o Chat GPT, a inteligência artificial (AI) e outros softwares e hardwares, podem avançar nos próximos 10 anos ainda mais do que já avançou nos últimos anos. “Quando chegarmos ao 6G, precisamos entender que estamos falando de uma velocidade cem vezes maior que o 5G. Devemos acompanhar o avanço tecnológico, para preparar a sociedade 5.0”, reflete o CEO japonês.
O presidente da Hitachi da América do Sul, Yassutoshi Miyoshi, diz que a indústria conectada é um tema extenso e complexo, especialmente quando se trata de inteligência artificial e ainda afirma que os talentos digitais são necessários. “As máquinas, por si só, não produzirão a inteligência, as pessoas produzirão as ferramentas que trarão a inteligência para o sistema. O foco no desenvolvimento e formação de pessoas é essencial para a evolução desse mundo digital”.
Os convidados ainda discutiram sobre o Chat GPT como ferramenta que traz benefícios e consequências, além dos desafios da segurança cibernética e inteligência artificial, de modo geral, como algo que necessita de uma ética de usabilidade, no Brasil e no mundo.
A 24ª reunião plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão tem patrocínio ouro da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e do Governo de Minas, patrocínio prata da Cenibra e da Vale e patrocínio bronze da Usiminas.
Confira aqui as fotos do evento.
Ana Paula Motta
Imprensa FIEMG