“A reversão parcial do salto de custos criado pela pandemia já permitiu uma redução importante da inflação. Mesmo assim, ela segue incômoda: o aumento de juros demora a mostrar os resultados esperados”, afirmou Fernando Sampaio, economista e diretor da LCA Consultores, ao dar um panorama da economia global. Sampaio foi um dos convidados da reunião do Conselho de Política Econômica da FIEMG, realizada no dia 06 de novembro, na sede da FIEMG, em Belo Horizonte.
Sobre os EUA, o economista esclareceu que o consumo segue firme, graças ao mercado de trabalho e à poupança acumulada. “Entretanto, esses fatores começam a perder força, ao passo que o aumento de juros e a inflação levam a um aperto financeiro. Por isso se espera um recuo da inflação e uma estagnação do PIB até o fim de 2024”. Sobre a China, Sampaio pontuou que está ocorrendo um menor dinamismo devido a fatores conjunturais e estruturais, como a crise do setor imobiliário.
Já sobre o Brasil, o diretor da LCA Consultores ressaltou que a queda das commodities a partir do pico de 2022 produziu uma deflação que parece estar se encerrando. “Mas ainda não vislumbramos pressões de custos significativos à frente”. Ele prosseguiu explicando que em 2024 terá como fator de aceleração os ciclos in natura, com ofertas de carnes menos fartas e a diminuição da queda das commodities. Já a desaceleração será oriunda das demandas ainda contidas pelos juros e IGPS negativos
Quem também prestigiou a reunião foi Cristiano Noronha, cientista político e vice-presidente da Arko Advice. Noronha fez um panorama geral do cenário político do Brasil, seus impactos positivos e negativos na economia. Também comentou a atuação brasileira na política internacional e as relações bilaterais, destacando o Mercosul.
Denise Lucas
Imprensa FIEMG