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Um vovô coruja, que não liga muito para futebol, pois prefere jogos de computador e simuladores de voo e corrida, apreciador de carros antigos customizados, apaixonado por fotografia e fã de filmes e espetáculos de comédia. Assim é o nosso Prata da Casa desta edição. Lindouro Márcio Côrtes Coutinho é técnico de suporte de informática no SENAI Betim e trabalha no Sistema FIEMG há 30 anos. Aqui, fez carreira, amigos e reuniu muitas histórias.
Mas seu assunto preferido hoje em dia é a netinha Gabriela. É sempre animado e com brilho nos olhos que ele conta as peripécias da Gabi, de dois anos. “É a estrelinha da casa. Com ela, iniciei uma nova fase na minha vida, a fase babão”, diverte-se. E conta que a menina é muito falante e já até canta na igreja com a vovó. “Do jeitinho dela”, explica. Na festa junina da escolinha, o vovô garante que Gabi dançou, pulou, requebrou. “E eu só tirando foto, babando. Minha máquina agora só tem fotos da Gabi”, admite.
No Sistema FIEMG, Coutinho, como é chamado, começou como operador de xerox, passou pelo extinto GRM – Grupo de Recursos Multimeios, foi operador de luz no setor de eventos, atuou na área de fotografia e também na expedição de malotes. Mas como sempre gostou e entendia muito bem de máquinas, acabou chegando à área de informática. Curioso e determinado aprendeu com os colegas e com muita prática e pesquisa. Passou então a fazer instalação e manutenção de computadores e participou de todo o processo de informatização das unidades do SESI e do SENAI.
E foi nessa época que viajou por toda Minas Gerais levando os novos equipamentos, àquela época uma novidade para muitos dos empregados do Sistema FIEMG. “Eu era o portador das novas tecnologias e sempre que eu chegava numa nova cidade, era uma grande alegria”, recorda. Mas ele precisava orientar com cuidado os novos usuários e sempre sugeria que fizessem um curso antes de começar a mexer nos computadores. Coutinho também viajava com o Coral do SENAI Minas, do qual participou por 10 anos.
Hoje Coutinho é o responsável pela manutenção dos equipamentos (sete laboratórios e máquinas da área administrativa) do SENAI Betim. Ele é casado com Maria Aparecida Pêgo Coutinho há 29 anos, tem dois filhos homens, além, claro, da netinha Gabi, o xodó do vovô.
Foi no período das viagens que ele conheceu muita gente e fez grandes amigos. “A gente ria muito, lembro de alguns casos históricos”. Casos estes, que ele compartilha com o Matéria-Prima. Confira:
Computador calorento
“Uma vez, uma pessoa me ligou de uma unidade brigando porque o computador só funcionava no local que tinha ar condicionado – no outro nem ligava. Tentei explicar que não fazia sentido. Mas não teve jeito, tive que viajar para conferir o que estava acontecendo. E chegando lá… realmente o computador funcionava normal na sala com ar, mas nem ligava na outra. Foi aí que eu descobri que não existia fiação dentro do tubo de energia da sala, o que tinha era somente a tomada externa.”
Três disquetes?
“Um usuário me ligou pedindo apoio para instalar impressora e avisou: tenho aqui os três disquetes. Fácil, pensei. E expliquei que bastava seguir as orientações, colocando primeiro um disquete e os outros na sequência. Mas o usuário ligou de volta dizendo que não conseguia colocar o segundo disquete. Aí eu perguntei: você tirou o primeiro? Ele respondeu: precisa? Lógico que precisa, né?”
Corra que polícia vem aí
“Numa viagem para Varginha, com Coral, o patrono era uma pessoa muito querida. A festa foi movimentada, nós cantamos e foi um sucesso. Aí fomos jantar e o patrono pediu que a gente cantasse na churrascaria. E a gente cantou, cantou, cantou. Até a churrascaria fechar. No caminho de volta pro hotel, tem uma praça, e ele resolveu que a gente tinha que cantar mais. A vizinhança da praça começou a xingar, até que chegou uma viatura da PM, ameaçou até deter o grupo. E a gente voltou pro hotel sem saber se era porque não gostaram das nossas vozes, da música que a gente estava cantando ou se foi pelo horário,três horas da madrugada.”
Forró com a delegada
Em Ituiutaba, eu e outros colegas estávamos tomando cerveja num barzinho. Até que chegou uma mulher e sentou com a gente. Ela procurou saber sobre nós e mostrou uma arma dentro da bolsa. Era a delegada, que nos convidou pra ir para um forró nos arredores da cidade. Nós fizemos amizade e dançamos até sete horas da manhã. Era um lugar meio estranho, mas fomos muito bem tratados na companhia da delegada. A gente acabou colocando o apelido da delegada de Mirandinha (a delegada de uma novela que passava na época).”
Vírus da gripe
“Um colega de trabalho do interior me perguntou se eu era mesmo um técnico de informática e eu confirmei que sim. Então ele me pediu para ser testemunha em um recurso na justiça que ele queria instaurar contra o SENAI. E eu, curioso, perguntei qual seria essa ação indenizatória. E ele me disse que teria sido infectado por um “vírus” de computador. Aí eu não aguentei… e falei que “vírus” de computador era um programa que só atrapalhava o computador e não um vírus de gripe ou coisa parecida.”