O Governo de Minas sancionou, em 8 de setembro de 2025, a Lei Estadual nº 25.466, que confere ao município de Andradas o título de Capital Mineira do Vinho. O reconhecimento oficial valoriza não apenas a relevância econômica do setor, mas sobretudo o fator histórico e cultural que consolidou a cidade como referência na produção de vinhos em Minas Gerais.
A tradição vitivinícola andradense remonta ao final do século XIX, quando as primeiras parreiras foram cultivadas no município e, logo depois, imigrantes italianos e portugueses trouxeram saberes e técnicas que se perpetuam até hoje. Essa herança resultou em vinícolas que atravessaram gerações e continuam a ser símbolos da identidade local. Andradas abriga empresas centenárias como Marcon, Beloto, Basso e J. Bertoli, que ajudaram a escrever a história da vitivinicultura mineira. Ao lado delas, vinícolas com mais de meio século, como Nau Sem Rumo, Muterle e Casa Geraldo, dão continuidade a essa tradição. E, mais recentemente, a jovem Stella Valentino surge como representante de uma nova geração que mantém viva a vocação do município.
Esse legado se expressa tanto na colheita tradicional, que há décadas fornece vinhos apreciados em todo o estado, quanto na colheita de inverno, desenvolvida a partir da técnica da dupla poda, que trouxe novas possibilidades para a região. Essa inovação abre novas oportunidades para os produtores, fortalecendo a imagem do estado no cenário nacional, mas sem substituir ou diminuir a importância da produção tradicional, que continua a ser parte essencial da identidade de Andradas e de Minas.
A cidade também se destaca por sua cultura festiva e turística. A Festa do Vinho, realizada desde 1954 e reconhecida como patrimônio cultural imaterial do município, é exemplo vivo de como a vitivinicultura está enraizada na identidade andradense, atraindo milhares de visitantes todos os anos.
Em sua declaração, a presidente do SINDVINHO.MG, Heloísa Bertoli, destacou:
“Nos últimos anos, temos visto a vitivinicultura mineira crescer de forma consistente e ocupar um espaço cada vez mais relevante no cenário nacional. Esse movimento é resultado do trabalho conjunto de produtores, entidades e instituições que acreditam no potencial do nosso estado e se unem para fortalecer toda a cadeia do vinho.
O SINDVINHO.MG tem se dedicado a construir esse ambiente de cooperação e desenvolvimento. Estamos à frente de iniciativas que aproximam o setor produtivo do poder público, da pesquisa, das entidades de apoio e do mercado consumidor. Nosso objetivo é dar mais visibilidade aos vinhos mineiros, criar condições para que eles conquistem competitividade e ampliar a presença de Minas Gerais nos principais espaços de negócios e promoção do vinho no Brasil e no exterior.
Esse é um esforço que vai muito além da produção. Falamos também de geração de empregos, de valorização das regiões produtoras e de fortalecimento do enoturismo, que já se mostra como uma alternativa concreta de desenvolvimento local. Ao promover o vinho mineiro, promovemos também a cultura, a gastronomia e as potencialidades do nosso território.
Cada passo que damos reforça a convicção de que o setor tem um papel estratégico na economia mineira. Queremos que Minas seja reconhecida não apenas pela tradição, mas pela inovação e pela qualidade que imprimimos em cada rótulo. E, para isso, seguimos trabalhando com diálogo, parceria e união de esforços.
Estou confiante de que, com o comprometimento de todos os envolvidos, vamos consolidar ainda mais essa trajetória de sucesso, garantindo ao vinho mineiro o reconhecimento que ele merece e abrindo novas oportunidades para o futuro.”
O título de Capital Mineira do Vinho é, acima de tudo, uma conquista das vinícolas andradenses, que mantêm viva a herança cultural e econômica do município. Mas também simboliza o fortalecimento de um setor que encontra no SINDVINHO.MG e na FIEMG dois aliados estratégicos. Juntas, as entidades têm atuado para ampliar a visibilidade do vinho mineiro, apoiar políticas de incentivo, promover a inovação e valorizar as regiões produtoras.
Com Andradas reconhecida oficialmente, Minas Gerais reafirma sua identidade no mapa da vitivinicultura brasileira, celebrando o passado e projetando um futuro de oportunidades para produtores, trabalhadores e para todo o estado.