
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) sediou, nesta quarta-feira (12/11), mais uma edição da Série de Debates – Logística no Brasil, iniciativa promovida em parceria com o jornal Valor Econômico e o Governo Federal. Realizado em Belo Horizonte, o evento reuniu representantes do setor público, especialistas e empresários para discutir os desafios e oportunidades relacionados à infraestrutura logística da Região Sudeste.
Durante a abertura, o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, destacou que Minas Gerais exerce um papel central no sistema logístico nacional, mas ainda enfrenta entraves que limitam sua competitividade. “Somos o estado com a maior malha rodoviária do país e também um dos mais impactados pela falta de infraestrutura integrada. Avançar em obras estruturantes é essencial para destravar o desenvolvimento regional e nacional”, afirmou. ‘’Nosso objetivo é debater o futuro da infraestrutura e discutir como corrigir os gargalos criados nos últimos anos’’, ressaltou o dirigente.
O evento contou com dois painéis temáticos: o primeiro, “Infraestrutura e desenvolvimento: um raio-x do Sudeste, desafios e gargalos a vencer”, e o segundo, “Logística e competitividade: o desafio de integrar as regiões do Brasil”. Ambos foram mediados pela repórter do Valor Econômico, Cibelle Bouças.
O presidente da Infra S.A., Jorge Bastos, pontuou a importância da previsibilidade regulatória, da continuidade dos investimentos e do fortalecimento do Plano Nacional de Logística (PNL). “Debates como esses permitem que tenhamos subsídios para garantir investimentos a longo prazo, já que temos alcançado recordes de concessões hidroviárias e rodoviárias, e ainda teremos renovações de concessões que vão gerar muitos ganhos para a região sudeste’’, comentou.
Já o secretário de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias de Minas Gerais, Pedro Bruno, chamou atenção para os avanços recentes e a necessidade de acelerar obras estratégicas. “Estamos diante de uma janela de oportunidade para consolidar projetos logísticos integrados, como o Rodoanel e o plano de concessões. Precisamos potencializar esses investimentos por meio de investimentos públicos e também privados”, declarou.

Representando a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), o diretor Gabriel Fajardo ressaltou a atuação do Estado como indutor de investimentos. “Nosso papel é dar suporte técnico e institucional para atrair parceiros e garantir que os projetos avancem com segurança jurídica, eficiência e impacto econômico positivo”, disse. O setor empresarial também esteve representado no encontro. Adalcir Ribeiro, diretor adjunto da Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Minas Gerais (FETCEMG), defendeu a simplificação dos processos e a melhoria da malha rodoviária. “Minas precisa de infraestrutura que funcione na prática. Estradas seguras, conexões com portos e ferrovias, e uma política integrada de transporte são necessárias para quem está na ponta, fazendo a carga circular”, afirmou.
Do ponto de vista acadêmico, o professor Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, destacou a urgência da integração regional. “O Brasil ainda opera com um modelo logístico fragmentado. Precisamos de um pacto entre estados e União para que o desenvolvimento da infraestrutura leve em conta a realidade dos territórios e o papel das cidades médias na articulação da produção nacional”, analisou. A coordenadora da Comissão de Jovens Empresários e Executivos (COMJOVEM Belo Horizonte), Ana Paula de Souza, também participou do encontro e lembrou da importância de desenvolver o setor de transporte de cargas e logística em âmbito nacional, com o objetivo de alavancar os negócios com grandes fornecedores.
Ao longo da programação, os participantes reforçaram que Minas Gerais, por sua localização geográfica e estrutura produtiva, tem um papel essencial na integração logística do país. O estado concentra 7,2 mil empresas no setor de infraestrutura, emprega mais de 153 mil trabalhadores formais e movimenta R$ 7,6 bilhões em massa salarial. Estudos apontam que cada R$ 1,00 investido em infraestrutura gera R$ 2,70 em renda, R$ 1,50 em produção e cada novo emprego cria outros 8,7 postos na economia.
O evento faz parte de uma série de encontros que têm como objetivo contribuir com propostas para o desenvolvimento sustentável e a competitividade logística do Brasil.
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Caio Tárcia
Imprensa FIEMG