Integrantes da Câmara da Indústria de Metalurgia, Siderurgia e Mineração da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) se reuniram nessa quarta-feira (26/11) na sede da entidade, em Belo Horizonte. O encontro teve como pauta tema as atualizações sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos e seus impactos nos setores da metalurgia, siderurgia e mineração, encerrando o calendário de atividades do grupo de trabalho em 2025.
O presidente do colegiado, Bruno Melo Lima, iniciou a reunião falando sobre a situação dos juros elevados no Brasil. “Essa taxa de juros de 15% ao ano é uma recessão na veia e incompatível com qualquer atividade econômica. É um entrave para o consumo, para o desenvolvimento e para todas as atividades de uma maneira geral”, destacou Lima.
O presidente da Câmara avaliou ainda que o país está enfrentando uma situação econômica muito ruim: “um desequilíbrio fiscal enorme e uma insensibilidade muito grande do governo com relação a isso. Parece que, ao contrário de todos os técnicos, e do que todos os estudos acadêmicos mostram, o governo insiste em gastar mais do que arrecada. Bate recorde de arrecadação, a economia não cresce, enquanto a tendência é persistir esse juros e paralisar o crescimento. É uma situação muito difícil para o empresariado”, avaliou.
Verônica Ribeiro Winter, Coordenadora de Facilitação de Negócios Internacionais do Centro Internacional de Negócios (CIN) e Secretária Executiva do Conselho de Relações Internacionais da FIEMG, falou sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos, ressaltando maior esperança diante das negociações.

“Pelo menos foi dado início ao diálogo entre os governos sobre a redução das tarifas. Para os setores aqui da Câmara, ainda não tem nada de concreto sobre o avanço que gostaríamos em termos de redução. Mas o importante é que haverá continuidade nas negociações e temos a expectativa de que terá ainda uma melhora e um desdobramento em relação a outros setores para além do café e demais anunciados pelo governo norte-americano na última semana. Observamos que a maioria dos produtos que eles isentaram são os que eles não conseguem produzir o suficiente para atender a demanda”, explicou Verônica.
“A tarifa para cobre e derivados, aço e alumínio estão todas ainda em 50%. A tarifa geral de 40% só foi isenta agora em novembro para os produtos agrícolas. Então, os demais produtos que estavam tarifados continuam tarifados. Chamada tarifa recíproca, tivemos em setembro a isenção da celulose do ferro-níquel, então isso foi um ponto positivo em relação a essa negociação”, acrescentou.
Segundo Verônica, o maior impacto do tarifaço aplicado desde agosto está na exportação. “Em relação ao ferro e ácidos básicos, fiz um consolidado desses produtos e em 2024, a exportação foi de 1,54 bilhão. E de janeiro a outubro do ano passado, em relação ao mesmo período de 2025, houve um aumento de 12%. Provavelmente o aumento nesse período é justificado porque no início do ano a gente teve muita antecipação de embarque”, explica Verônica.
“O ferro-gusa também registrou queda nas exportações: apesar de ser tarifado em 10%, é uma tarifa que não existia anteriormente. O ferro nióbio está isento e os outros ferroligas ainda estão tarifados em 40 ou 50%. As exportações dos produtos do setor siderúrgico também estão em queda e têm uma tarifa de 50%”.
A coordenadora do CIN concluiu que praticamente todos que têm tarifa de 50%, eles apresentaram neste período — de agosto a outubro —, uma queda, alguns uma queda relativa e outros uma queda bem importante.
Após a reunião, os integrantes da Câmara da Indústria de Metalurgia, Siderurgia e Mineração participaram de um almoço de confraternização.
Marina Rigueira
Imprensa FIEMG