O Conselho de Tecnologia e Inovação da Indústria da FIEMG debateu e analisou, em reunião nessa quinta-feira (21/8), o cenário e as perspectivas do segmento em Minas e no Brasil. Durante o encontro, realizado na sede da Federação, em Belo Horizonte, foram apresentados números que indicam que o país carece de investimentos mais robustos para avançar nessa área, sobretudo em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Os dados do Institute for Management Development (IMD) sobre os gastos em P&D em 2023 mostram o Brasil na 18ª posição em um ranking global, com um investimento de US$16,9 bilhões. O país aparece atrás da Índia, que destinou US$17,1 bi, e à frente da Áustria, com US$16,8 bi.
Entre os países latino-americanos, o Brasil é o único entre os 30 maiores investidores globais em inovação. Por outro lado, de acordo com o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), professor Carlos Arruda, que participou da reunião e apresentou o levantamento, o resultado mostra que o país ainda enfrenta um desafio de ampliar os aportes em ciência, tecnologia e inovação para fortalecer a competitividade da indústria.
Esse movimento, segundo Arruda, deve ter como norte o trabalho conjunto entre os setores privado e público. Opinião semelhante nessa direção tem o presidente do conselho, Matheus Pedrosa, que conduziu a reunião. Para ele, “é preciso unir ainda mais o setor produtivo e entidades de fomento à pesquisa e inovação para elevar o grau de produtividade e competitividade da indústria num cenário global”.
Em relação a Minas Gerais, a Fapemig tem atuado para fortalecer e fomentar a inovação, conforme pontuou Carlos Arruda. Essa iniciativa passa, inclusive, pelo aumento do orçamento da fundação para o setor, que saltou de R$284 milhões em 2016 para R$531 mi em 2025. Esse aumento permite ao estado seguir investindo em vertentes do ecossistema de inovação, como recursos humanos, bolsas de pesquisa, tecnologia, entre outros.
Uma dessas ações é o Compete Minas, programa de fomento à competitividade e inovação das empresas, que destinou recursos para 701 projetos de diferentes modalidades somente neste ano. Pedrosa vê no Compete Minas uma oportunidade para estreitar os caminhos entre a produção do conhecimento e a inovação, com ênfase à atuação conjunta entre a academia, o estado e o setor produtivo.
Evento internacional em BH
Outro tema da reunião representa uma conquista para a indústria e Belo Horizonte. A capital que vai receber em 2027 o International Workshop on Rare-Earth and Future Permanent Magnets and Their Applications (REPM), o principal evento global sobre ímãs permanentes e materiais magnéticos à base de terras raras. O encontro terá a presença de especialistas de todo o mundo em materiais magnéticos, cadeia de suprimentos e inovação em setores como energia, mobilidade e defesa.
O anúncio ocorreu durante a edição deste ano que ocorreu no Japão. A candidatura brasileira foi apresentada pela FIEMG, Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Para o gerente de Inovação e Tecnologia do Instituto de Terras Raras (ITR) da FIEMG, José Luciano Pereira, a escolha do Brasil reforça a relevância do país na agenda de desenvolvimento da cadeia de suprimentos de ímãs de terras raras, materiais considerados estratégicos para a transição energética e para tecnologias de alto valor agregado. “Esse é um dos maiores eventos do mundo e reúne especialistas da área de ímãs permanentes de terras raras de diversos países. Ou seja, é atualmente a principal fonte de conhecimento sobre o tema e trazer esse evento para Belo Horizonte representa uma grande oportunidade para o desenvolvimento do setor no Brasil”, destacou.
O gerente falou também do Centro de Inovação e Tecnologia (CIT SENAI) para os participantes da reunião, enfatizando as áreas de atuação, os resultados, projetos de pesquisas e os alguns cases de sucesso da instituição.
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Rafael Passos
Imprensa FIEMG