Com o objetivo de avançar na estruturação de instrumentos e ações necessárias para o desenvolvimento de uma política estadual para fomento dos mercados de carbono no estado, foi promovido, nos dias 16 e 17 de agosto, o Workshop “Mercados de carbono: caminhos para alavancar soluções climáticas baseadas em mecanismos de mercado em Minas Gerais”. O encontro, que contou com especialistas nacionais e internacionais no tema, teve a sede da FIEMG, em Belo Horizonte, como local de realização.
O workshop reuniu importantes atores dos setores público e privado, para um debate sobre os desafios, oportunidades e benefícios relacionados aos mercados de carbono, e principalmente, identificar soluções que impulsionam reduções de emissões e projetos de créditos no estado, maximizando, assim, a participação do setor privado tanto na geração de benefícios socioambientais quanto na busca da neutralidade de emissões estaduais até 2050.
Alexandre Mello, presidente do Conselho de Relações Internacionais da FIEMG presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos (Sinferbase) destacou na abertura do workshop que a matriz elétrica do Brasil é 82,7% renovável e que em Minas Gerais, esse número sobe para 95,4%, mais de duas vezes acima da Europa (41,6%), mais de quatro vezes acima da Ásia (22,3%) e mais de cinco vezes acima dos EUA (17,8%), de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). “A FIEMG criou o Programa Missão Carbono Zero para apoiar as indústrias nas estratégias de descarbonização e elaborar inventários de gases de efeito estufa das indústrias”, afirmou, destacando, que o estado possui 2,3 milhões de hectares de florestas plantadas para uso na indústria siderúrgica, uma das mais sustentáveis do mundo, contribuindo também para a preservação de 1,6 milhão de hectares de vegetação nativa.
Também possui cerca de 33% de seu território coberto por vegetação nativa, de acordo com dados do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e que no Quadrilátero Ferrífero, onde se concentra a maior parte da produção minerária, a preservação chega a 68,85%, enquanto a atividade minerária ocupa apenas 2,95% desse território, conforme dados de estudo da Universidade Federal de Viçosa (UFV). “O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, tendo 82% de sua frota autorizada a utilizar tanto a gasolina, quanto o etanol. Entre 2003 e 2021, o consumo total de etanol reduziu as emissões de gases de efeito estufa em mais de 600 milhões de toneladas de CO2 equivalente”, afirmou.
Já Marília Carvalho de Melo, secretária de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad), reforçou o comprometimento do governo estadual com o desenvolvimento sustentável. “Para isso, trabalhamos de maneira transversal com diversas secretarias e também com a iniciativa privada. Procuramos também trazer vantagens e incentivos para o setor produtivo, além de estabelecer metas de redução gás carbono para esses atores”. A executiva lembrou que Minas Gerais foi o primeiro estado da América Latina e Caribe a formalizar adesão à campanha mundial Race to Zero para zerar emissões de carbono.
A secretária explicou que a conversa sobre a introdução deste mercado em Minas Gerais tem como objetivo a inclusão dos movimentos terapêuticos que impulsionam as propostas pelo Plano de Ação Climática (PLAC), divulgado pela Feam em dezembro de 2022. Esse plano define estratégias para atingir a neutralização das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) até o ano de 2050.
Também participaram da abertura: Alexandre Navarro de Castro, superintendente de planejamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Carlos Eduardo Ferreira Pinto, promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), Tito Torres, deputado estadual, João Ricardo Albanez, secretário de Estado Adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kathleen Garcia Nascimento, secretária de Estado Adjunta de Desenvolvimento Econômico, Zé Silva, deputado federal, e Richard Ridout, diplomata chefe de Clima – UK Government.
O “Workshop Mercados de Carbono: Caminhos para alavancar soluções climáticas baseadas em mecanismos de mercado em Minas Gerais” é uma realização da Secretaria de Estado Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e a Associação Internacional de Comércio de Emissões (Ieta).
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Denise Lucas
Imprensa FIEMG