A Câmara da Indústria de Alimentos e Bebidas da FIEMG realizou, nesta quinta-feira (06/11) mais uma reunião ordinária voltada às pautas e convenções trabalhistas do setor. O encontro foi realizado na sede da Federação, em Belo Horizonte, e reuniu empresários, dirigentes sindicais e especialistas jurídicos para debater estratégias de retenção de mão de obra.
A abertura foi conduzida pelo presidente da Câmara, Vinícius Dantas, que destacou a necessidade de alinhar as tratativas do setor diante das perdas de poder aquisitivo e da dificuldade de atrair profissionais qualificados. “Estamos perdendo mão de obra para outros setores e precisamos pensar em estratégias para reter e atrair esses trabalhadores. Muitas vezes o reajuste não é percebido no salário final, então é importante avaliar outras formas de valorização, como benefícios que realmente façam diferença para o colaborador”, afirmou Dantas.
Dantas também chamou atenção para a importância de uniformizar as negociações entre os sindicatos e buscar acordos equilibrados. Segundo ele, “é fundamental manter coerência entre as propostas e cláusulas econômicas, garantindo estabilidade e previsibilidade para as empresas e os trabalhadores”.
A apresentação principal foi conduzida pela consultora jurídico-trabalhista da FIEMG, Luciana Charbel, que abordou o panorama das negociações coletivas. “Ela é uma ferramenta poderosa, porque permite firmar condições de trabalho específicas para cada categoria ou empresa, trazendo mais flexibilidade e segurança às relações de trabalho”, destacou Charbel.
Charbel explicou que a negociação coletiva é um instrumento previsto na Constituição Federal e reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal como legítimo para ajustar condições conforme as necessidades do setor. “Com a reforma trabalhista de 2017, consolidou-se a prevalência do negociado sobre o legislado, ampliando o espaço para acordos personalizados e mais aderentes à realidade de cada segmento”, explicou Charbel.
Fernanda Borges
Imprensa FIEMG