A Câmara da Indústria de Energia, Petróleo e Gás da FIEMG realizou, nesta quarta-feira (27/11), a última reunião ordinária de 2025, reunindo especialistas e representantes do setor para avaliar os avanços do ano e projetar os desafios de 2026. A abertura foi conduzida pelo secretário executivo da Câmara, Sérgio Pataca, que representou o presidente Humberto Zica, excepcionalmente nesta reunião.
Em nome da presidência, Pataca destacou que 2025 foi marcado por entregas importantes e pela consolidação da Câmara como espaço de diálogo estratégico para a indústria. Segundo ele, a equipe “realizou um trabalho consistente ao longo do ano, com forte participação técnica e institucional”. Ele também antecipou que 2026 exigirá atenção redobrada diante de mudanças regulatórias previstas e do cenário econômico. Pataca chamou atenção ainda para a forte elevação do custo da energia registrada no fim do ano. Para ele, “o salto da tarifa para a casa de R$ 300/KWh deixou o setor em alerta e reforça a necessidade de atuação coordenada para evitar novos impactos”.
A reunião contou com uma apresentação da Gasmig, feita por Daniele Dias, gerente de Planejamento Estratégico. Ela trouxe atualizações do Projeto Centro-Oeste e destacou o principal avanço recente: a inauguração da Linha Tronco. “Ver o gasoduto instalado é um grande orgulho para toda a Gasmig”, afirmou. Ela acrescentou que todas as linhas do projeto estão praticamente concluídas e que a companhia trabalha com previsão de inaugurar, no primeiro semestre de 2026, os trechos que percorrem as cidades atendidas pelas Linhas Laterais.
Durante sua exposição, Daniele reforçou que o conjunto de linhas laterais liga Betim a Divinópolis, ampliando o alcance regional do gás natural, enquanto a Linha Tronco soma 100 km de extensão e representa um marco importante para o abastecimento industrial.
Em seguida, Sérgio Pataca apresentou uma análise detalhada da MP 1.304/2025, recentemente sancionada como Lei nº 15.269/2025. Ele lembrou que a medida foi editada com o objetivo de modernizar o setor e “buscar maior modicidade tarifária no cenário energético brasileiro”, conforme descreveu. Pataca ressaltou que a MP teve tramitação acelerada e foi aprovada em apenas um minuto no plenário, com a inclusão de cinco “jabutis” que podem elevar os custos em mais de R$ 20 bilhões até 2040.
Ao comentar a atuação da FIEMG no processo, o secretário executivo destacou os seis vetos estratégicos defendidos pela entidade, envolvendo cortes de geração, restrições à autoprodução, desvio de finalidade da CDE, contratação compulsória de carvão mineral, interferência no planejamento técnico e riscos de insegurança jurídica. Pataca afirmou que “a Lei 15.269/2025 traz oportunidades, mas exige atuação firme para evitar aumento de custos e insegurança” e reforçou que a FIEMG seguirá na linha de frente das discussões para garantir competitividade ao setor produtivo mineiro.
O encontro também contou com uma exposição da GRID Energia sobre encargos setoriais e tendências de aumento na tarifa, tema que tem preocupado fortemente a indústria diante da volatilidade recente dos custos.
A reunião foi encerrada com o compromisso de manter, em 2026, uma agenda contínua de acompanhamento regulatório, fortalecimento institucional e defesa do setor industrial.
Ana Paula Motta
Imprensa FIEMG