A Câmara da Indústria de Insumos e Transformação do Vestuário, Calçados e Acessórios da FIEMG promoveu, no dia 24 de julho, uma reunião na sede da Federação, em Belo Horizonte, para discutir os principais entraves enfrentados pelo setor. A abertura foi conduzida por Rogério Vasconcellos, presidente da Câmara, que destacou a importância do espaço para o compartilhamento de experiências e a construção conjunta de soluções.
“É essencial que vocês tragam para nós as dificuldades que estão surgindo no mercado, para que possamos buscar caminhos viáveis. Algumas demandas já foram mapeadas desde a primeira reunião e estamos empenhados em atender aos pontos levantados”, afirmou Vasconcellos.
Entre os temas debatidos estiveram questões políticas, escassez de mão de obra qualificada, desafios educacionais e o relato sobre a missão internacional da FIEMG ao Japão, realizada neste ano. A participação da Federação em uma das maiores exposições internacionais do mundo, que reúne representantes de 180 países a cada cinco anos, foi apresentada como uma importante estratégia de inserção global e aproximação com o mercado asiático. A missão também incluiu a realização do Foro Brasil-Japão, com presença de autoridades brasileiras e japonesas, como o governador e representantes de diferentes esferas governamentais e empresariais.
“Participar da missão ao Japão é como abrir uma janela para o futuro. Em meio a inovações tecnológicas, sustentabilidade e cultura milenar, essa jornada representa muito mais do que uma visita internacional. O que levamos dessa experiência para Minas Gerais é a valorização do processo. Precisamos reforçar, nas nossas escolas e oficinas, o ensino da construção artesanal e da modelagem como forma de gerar diferenciação de produto”, destacou Vasconcellos.
Outro tema de grande relevância na pauta da reunião foi a logística reversa, com apresentação de Karine Dias, diretora de Resíduos Industriais da SEMAD (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais). Karine detalhou o histórico das regulamentações no estado e destacou os avanços alcançados com a Deliberação Normativa COPAM nº 249/2024, elaborada com ampla participação da sociedade e publicada no início deste ano. Ela explicou que a logística reversa é uma responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, e que o Estado de Minas Gerais já contempla a prática desde antes da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010.
“A responsabilidade pela logística reversa é de todos os elos da cadeia produtiva. No setor de vestuário, a principal obrigação recai sobre as embalagens que chegam ao consumidor final, como sacolas plásticas e caixas de papelão. Esses resíduos precisam ter destinação ambientalmente adequada”, ressaltou Karine.
Monicke Sant Anna, coordenadora jurídica de Meio Ambiente da FIEMG, também participou da reunião e compartilhou sua atuação como representante da indústria no COPAM, onde apresentou parecer de vista e defendeu os interesses do setor na construção da deliberação. Ela alertou sobre as obrigações específicas no caso de embalagens pós-consumo e orientou os participantes sobre a diferenciação entre os casos em que a marca do produto final pertence ou não ao fabricante da peça.
Além disso, atualizações trabalhistas e os impactos da nova legislação sobre o crédito consignado também estiveram em pauta. Os participantes debateram as recentes mudanças e os reflexos das normas no cotidiano das empresas, abordando temas sensíveis da agenda trabalhista e esclarecendo dúvidas sobre as novas regras aplicáveis ao empréstimo consignado para colaboradores.
Durante o encontro, Neusa Giacomozzi e Suelen Caetano, representantes da Recobrança Group, apresentaram a trajetória da empresa à frente do mercado brasileiro de recuperação de crédito. Com 24 anos de atuação, a Recobrança se destaca por contar com uma equipe majoritariamente feminina, sendo exemplo de liderança, inclusão e protagonismo feminino no setor.
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