O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, se reuniu nesta quinta-feira (24/07), em Brasília, com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para tratar das tarifas de 50% que o governo dos Estados Unidos pretende impor sobre todos os produtos brasileiros exportados ao país a partir de 1º de agosto. A agenda foi solicitada por Roscoe diante da gravidade do impacto sobre a indústria mineira e brasileira, sobretudo nos setores de bens industrializados.
Durante o encontro, que também contou com a participação da secretária Tatiana Prazeres e do secretário Wallace Landim, o presidente da FIEMG destacou que a medida comprometerá seriamente a competitividade de empresas brasileiras, muitas das quais têm no mercado norte-americano sua principal base de exportação. “São empresas altamente competitivas e produtivas, que direcionam até 80% da produção para os EUA. Com a tarifa, muitas dessas operações correm o risco de serem inviabilizadas”, alertou.
Segundo Roscoe, o vice-presidente Alckmin demonstrou total entendimento sobre a gravidade do problema e reforçou que o governo federal está atuando de forma firme, porém discreta, para tentar reverter a decisão americana. “O governo está trabalhando por duas frentes: buscar a redução da tarifa ou, se isso não for possível de imediato, negociar o adiamento da medida, o que já traria um alívio importante às empresas afetadas”, explicou.
Roscoe também defendeu a adoção de medidas emergenciais e estruturais de proteção ao mercado brasileiro, diante do atual cenário de guerra comercial e da intensificação da concorrência desleal. Entre as ações sugeridas estão o uso dos instrumentos previstos pela Organização Mundial do Comércio (OMC), como investigações antidumping e salvaguardas comerciais. “Estamos vendo uma verdadeira invasão de produtos industrializados no mercado brasileiro, em condições muitas vezes desleais. Proteger a indústria nacional é essencial neste momento”, afirmou.
O presidente da FIEMG lembrou ainda que Minas Gerais é o terceiro maior estado exportador para os Estados Unidos e que os impactos locais podem ser devastadores. “Precisamos de soluções rápidas. O que resolve de fato o problema é garantir mercado para nossos produtos. E, neste cenário, o próprio mercado interno também pode ser um caminho importante para compensar, ainda que parcialmente, as perdas”, concluiu.
A FIEMG seguirá acompanhando de perto as tratativas diplomáticas e técnicas, em parceria com o governo federal, e reforça seu compromisso com a defesa da indústria brasileira e mineira diante desse novo desafio do comércio internacional.
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Imprensa FIEMG