Julho chegou, e com ele, o período de férias escolares e viagens em família. No entanto, o que deveria ser um momento de descanso e lazer pode se transformar em dor de cabeça – ou até em tragédia – quando a manutenção do veículo é deixada de lado. A revisão preventiva, muitas vezes vista apenas como um gasto extra, pode significar a diferença entre chegar ao destino em segurança ou enfrentar acidentes graves na estrada.
De acordo com Alexandre Mol, presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos do Estado de Minas Gerais (SINDIREPA), essa negligência, bastante comum entre os motoristas brasileiros, é um dos fatores que contribuem para colisões, panes mecânicas e longos engarrafamentos. “A importância da manutenção preventiva é para que o motorista não tenha nenhuma surpresa. Todo carro tem uma programação no manual de quando e como deve ser feita a manutenção. Muitas vezes o motorista negligencia por questões financeiras ou culturais e esquece que todo equipamento precisa de revisão periódica”, alerta Mol.
Segundo ele, os itens mais críticos – como freios, suspensão, pneus, correia de distribuição e sistema de refrigeração – podem causar acidentes severos se não estiverem em boas condições. Embora não haja estatísticas oficiais detalhando a quantidade de acidentes diretamente ligados à falta de manutenção, é consenso entre os profissionais do setor que panes e falhas mecânicas são frequentes durante as viagens de férias.
“Vemos muito acidente em função de pneu desgastado, suspensão com folgas, problemas de freio. E é importante destacar que a revisão de última hora não substitui a manutenção constante. O ideal é passar na oficina pelo menos uma vez por ano ou a cada 10 mil quilômetros rodados, sempre acompanhando o manual do veículo”, orienta o presidente do SINDIREPA.
Outro problema recorrente é o planejamento feito às pressas. Muitos motoristas procuram uma oficina na véspera da viagem, quando qualquer reparo pode atrasar a partida ou sequer haver tempo para um diagnóstico completo. “O ideal seria revisar com no mínimo 15 dias de antecedência, pois toda manutenção pode demandar ajustes ou peças”, recomenda Mol.
A manutenção preventiva não apenas aumenta a segurança como também reduz custos a longo prazo. “Os custos da revisão periódica são muito menores que a corretiva. Quando a pessoa só vai à oficina porque acendeu uma luz no painel, vazou água ou começou um barulho, o prejuízo já aconteceu”, explica.
O SINDIREPA também destaca que carros parados por panes em vias públicas contribuem para engarrafamentos que afetam milhares de pessoas. “Belo Horizonte é um exemplo: um veículo sem manutenção quebra e trava avenidas inteiras. Deveria haver fiscalização mais rígida sobre isso”, defende Mol.
Por fim, o alerta é claro: carro mal mantido pode se transformar em arma. Pode colocar em risco a vida dos ocupantes e de terceiros. Por isso, antes de pegar a estrada nestas férias de julho, procure uma oficina de confiança que siga procedimentos técnicos e forneça checklist completo de entrada e saída.
Denise Lucas
Imprensa FIEMG