A reunião do Conselho de Gestão e Competitividade foi realizada no dia 18 de novembro na sede da FIEMG, em Belo Horizonte, reunindo empresários, especialistas e representantes do setor produtivo para debater temas estratégicos ao desenvolvimento econômico do estado. A presidente do colegiado, Ivana Serpa, destacou na abertura a importância de aproximar o setor industrial da inovação científica e das práticas de sustentabilidade para ampliar a competitividade das empresas mineiras. A programação contou com a participação de especialistas que apresentaram dois pilares para a transformação: nanotecnologia e ESG.
O primeiro tema foi trazido pelo Centro de Tecnologia em Nanomateriais e Grafeno (CTNano/UFMG), representado por Glaura Goulart e Cláudia Araújo, que deram um panorama das principais frentes de pesquisa do centro e destacaram o impacto da nanotecnologia em diversos segmentos industriais. Localizado no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), o CTNano é um dos seis Centros Institucionais de Tecnologia e Inovação da UFMG, destacando-se pelo desenvolvimento de soluções inovadoras em nanomateriais, apoiada por equipes multidisciplinares e uma robusta infraestrutura laboratorial.
“Atualmente, o centro mantém 30 projetos de pesquisa em andamento, já captou R$ 21 milhões em investimentos e realizou R$ 1,5 milhão em prestação de serviços para empresas e organizações, conforme explicou Glaura Goulart. A diversidade dos laboratórios que compõem o complexo, incluindo unidades especializadas em Cerâmicos, Polímeros, Síntese de Nanomateriais (grafeno e nanotubos), Corrosão, Caracterização Mecânica e Estrutural e Saúde, Meio Ambiente e Segurança, permite ao CTNano atuar de ponta a ponta na cadeia de desenvolvimento de materiais avançados, sendo um promotor de apoio à inovação”, explica Glaura.
Segundo ela, o portfólio do centro inclui a produção de nanomateriais (grafeno, nanotubos, nanopartículas), nanointermediários (matrizes nanoestruturadas, nanossensores, membranas, fluidos) e nanoaplicações com potencial de impacto direto em setores como petróleo e gás, construção civil, mineração, siderurgia, química, energia, têxtil, saúde e biotecnologia.
A professora Glaura ainda destacou alguns dos projetos recentes, como os revestimentos anticorrosivos capazes de reduzir entre 40% e 70% a área corroída em metais; os sensores inteligentes que monitoram gases e líquidos, inclusive utilizados na produção de cerveja e cachaça; os fios condutores de carbono, alternativa leve e eficiente para substituir cabos de cobre e alumínio, com grande potencial para o setor automotivo; e a Plataforma BioSearch, que emprega nanopartículas de ouro para diagnósticos rápidos e controle de qualidade na área farmacêutica. “O CTNano integra ainda a Rede EMBRAPII, oferecendo cofinanciamento para inovação, suporte técnico especializado e forte conexão entre pesquisa científica e demandas reais da indústria”, disse a docente.

O segundo tema foi “ESG na Prática: Como a FIEMG Impulsiona a Transformação das Indústrias Mineiras, por meio da oferta de suas soluções”, conduzido por Mateus Claudino, analista de sustentabilidade do IEL. Ele conceituou ESG e apresentou ações, programas e ferramentas que apoiam as empresas mineiras na implementação de agendas ambientais, sociais e de governança. Claudino explicou que, para apoiar o setor produtivo, a FIEMG, por meio do IEL, criou em 2024 o Selo Indústria Responsável. A certificação permite que a indústria ateste seu nível de maturidade e compromisso com a sustentabilidade e responsabilidade social, apresentando cinco estágios de maturidade, do Estágio Inicial até o Selo ESG Transformador, que lidera a mudança no setor.
O analista de sustentabilidade esclareceu que o processo para obtenção do Selo inclui seis passos: Conhecimento do Selo, Autodiagnóstico Gratuito, Preparação, Contratação do Selo, Auditoria e Certificação (com validade de dois anos). O investimento para o Selo Indústria Responsável varia de R$ 9 mil para pequenas empresas (até 99 colaboradores) a R$ 20 mil para grandes empresas (acima de 500 colaboradores).
“Também oferece apoio para organizações que ainda não atingiram os níveis elegíveis ao Selo, por meio de soluções de consultoria e assessoria, permitindo que a organização também conduza o processo de preparação com times internos ou assessorias próprias”, disse, pontuando que entre as soluções oferecidas estão: Consultoria ESG, Mentoria ESG e o ESG na Cadeia de Fornecedores.
Acesse aqui para visualizar as fotos da reunião do Conselho de Gestão e Competitividade da FIEMG.
Denise Lucas
Imprensa FIEMG