O segundo Seminário da Escola SENAI de Audiovisual, realizado nessa segunda-feira (17/6), na sede da FIEMG, em Belo Horizonte, fomentou debates em torno dois assuntos relevantes que envolveram economia criativa e participação das mulheres nesses segmentos. Em ambos os casos, a discussão contou com a colaboração de especialistas que atuam no meio há anos.
Os trabalhos da parte da tarde foram abertos com a fala do presidente da Federação, Flávio Roscoe, que destacou a relevância do audiovisual para a indústria por “desenvolver a criatividade e difundir conhecimento”. “A FIEMG apoia esse segmento e conta com duas escolas em Minas que trabalham especificamente nessa temática”, disse, citando as unidades de BH e Cataguases que pertencem ao SENAI.
O painel “Economia criativa e o mercado audiovisual” abordou os desafios e perspectivas da área a partir do ponto de vista do poder público e de profissionais. Mediadora do debate, Daniela Fernandes, vice-presidente do Sindicato da Indústria do Audiovisual de Minas Gerais (Sindav-MG) lembrou da importância da FIEMG para o fortalecimento do segmento no estado. “A FIEMG tem um papel fundamental na construção de políticas públicas para o audiovisual mineiro. No final de 2018, em parceria, nós conseguimos a primeira lei do audiovisual do estado. Eu acho que a gente não pode falar de indústria criativa se a gente também não falar desses agentes que são fundamentais para que a nossa indústria siga adiante”, afirmou.
A secretária municipal de Cultura de BH, Eliane Parreiras, considera que o desenvolvimento do audiovisual na capital e no estado passa pela consolidação de entidades de representação como o Sindav. “A gente vê o sindicato estruturado, podendo representar realmente os interesses, sendo considerado e ouvido em instâncias diferentes. Sem dúvida, isso faz parte do processo de fortalecimento e profissionalização do setor”.
Para a secretária, o audiovisual faz parte da cultura brasileira e abarca uma cadeia produtiva extensa que envolve produção e formação profissional, por exemplo, o que demanda do poder público políticas setoriais específicas. Eliane Parreiras citou algumas iniciativas da prefeitura da capital voltadas para o setor, como o programa BH nas Telas, que está dividido em cinco eixos: preservação, difusão, formação, capacitação e investimento.
Convidado do painel, Gabriel Martins, diretor, roteirista e um dos quatro fundadores da Filmes de Plástico, lembrou das origens da produtora, criada há 15 anos na periferia de Contagem, na Grande BH. Martins disse que a visão de mundo dos diretores empresa os influenciou na criação de filmes. Martins acredita no potencial do mercado de Minas Gerais e destacou a necessidade de pensar caminhos diversos para tornar o setor cada vez mais atuante e sustentável no estado.
“É preciso estabelecer um olhar minimante maduro para o cinema nacional e o mercado audiovisual e que a gente promova debates como esse aqui na FIEMG. Quero que surjam outras produtoras aqui em Minas Gerais”
O segundo debate foi a respeito da participação ativa das mulheres no mercado do audiovisual, com ênfase em três grandes eventos que movimentam o setor. Foram convidadas a diretora de conteúdo e novos negócios do Rio2C, Cris Barreto, a diretora da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Renata de Almeida, e a coordenadora estadual de Economia Criativa do Sebrae MG, Nayara Bernardes.
Quem mediou o debate foi a diretora-executiva do Sindicato da Indústria do Audiovisual do Estado de São Paulo (Siaesp), Débora Ivanov. Segundo Débora, as mulheres já são responsáveis por comandar quase 50% das produções audiovisuais no Brasil, o que demostra o crescimento da participação feminina no segmento. Além disso, todas as participantes foram unânimes ao defender a continuidade e mais acesso a políticas públicas de fomento ao audiovisual com iniciativas de estado e não de governos.
Cris Barreto coordena o maior evento de criatividade e inovação da América Latina, o Rio2C, desde 2018. Segundo ela, a feira foi ganhando novos formatos e, hoje, mescla audiovisual com música, mercado editorial, games e inteligência artificial. “A inovação é transversal no nosso setor”.
Criada durante a ditadura, a Mostra de São Paulo completou 48 anos e na última edição, realizada entre outubro e novembro de 2023, teve a participação de cerca de 150 mil pessoas. Já Nayara Bernardes falou sobre Max, salão de negócios mineiro inteiramente dedica à promoção de agentes econômicos da indústria audiovisual. Conforma ela, a programação do evento é elaborada com foco na inovação, nas tendências do setor, na proposta de políticas e nas possibilidades de negócios.
A Escola SENAI de Audiovisual é um projeto viabilizado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura por meio do patrocínio da SICOOB e J.Mendes.
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Rafael Passos
Imprensa FIEMG