A data de 18 de janeiro foi marcante para o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Juiz de Fora e Governador Valadares (Sindivest JF-GV). Trabalhando em defesa dos interesses das empresas do setor, o Sindicato reuniu seus associados para uma assembleia geral, na FIEMG Regional Zona da Mata, na qual foi discutida e aprovada a incorporação das empresas do Sindicato das Indústrias de Malharias de Juiz de Fora (Sindimalhas-JF) à base ao Sindivest JF-GV. Além dos empresários, estiveram presentes no encontro a presidente do Sindivest JF-GV e da Câmara da Indústria do Vestuário e Acessórios da FIEMG, Mariângela Miranda Marcon, o presidente do Sindimalhas-JF, Francisco Campolina; e a advogada da área de Desenvolvimento Sindical da FIEMG, Naiara Heloisa Silva Mendicino.
Durante a reunião, foi iniciado o processo de fusão entre os dois Sindicatos, que começa com a aprovação em assembleia e depois segue alguns processos do Ministério do Trabalho, indo para a avaliação da Coordenação Geral de Registro Sindical (CGRS). Em 2022, o Sindivest-JF incorporou as indústrias de Governador Valadares e agora realizará o processo com as malharias de Juiz de Fora. Segundo Mariângela Marcon, a importância da fusão das entidades vai além da questão de que “juntos somos mais fortes”. A presidente destaca que as entidades possuem objetivos comuns e participam da mesma cadeia produtiva. “Isso tudo nos leva a ampliar o nosso campo de visão quanto aos objetivos que perseguimos em relação à busca pelo crescimento do nosso setor”, ressalta.
“Juiz de fora já foi, há tempos atrás, referência nacional no ramo de malharias. Depois passou à confecção e hoje é bem robustecida com o Sindicato de Meias, sendo que dentro do Vestuário várias empresas trabalham a confecção, mas também produzem meias. E nós conhecemos tudo o que é necessário para desenvolver e fortalecer a nossa cadeia produtiva. Então a partir do momento em que somamos forças, conseguimos ampliar também a nossa visão de mercado e trabalhar de forma mais eficiente em busca de investimentos para a Zona da Mata”, comenta Mariângela.
Outra questão destacada pela presidente do Sindivest JF-GV é o Arranjo Produtivo Local (APL) Farol da Mata Vestuário e Afins, uma certificação concedida pelo Governo do Estado e de grande importância para o desenvolvimento da região. “Estarmos unidos num sindicato único nos possibilita buscar com mais ênfase aquilo que podemos trazer para a nossa região. O Sindicato de Malharias já foi há tempos atrás o maior Sindicato da nossa região e hoje, com a mudança na economia local, foi sendo enfraquecido. Então estamos unindo nossos objetivos, interesses e nossa força política para termos uma voz mais ativa perante os governos federal, estadual e municipal. Assim conseguiremos trazer mais benefícios para a Zona da Mata, seja em capacitação, em formação profissional ou em qualificação. Precisamos mostrar a importância das atividades ligadas ao Vestuário para conseguirmos mais pessoas que desejem trabalhar neste setor tão importante para a sociedade”, declara.
Já o presidente Francisco Campolina disse que é essencial ressaltar que a história da indústria de Juiz de Fora remonta à criação do Sindicato das Indústrias Têxteis, um dos primeiros a serem fundados na cidade, na década de 30, reunindo toda a categoria têxtil. No final da década de 70, este sindicato dividiu-se por questões mercadológicas em três outros: Têxtil, Meias e Malharias. “Isso porque o Brasil tinha uma inflação galopante e os valores salariais, que todos nós negociávamos, não eram passíveis de serem comparados. A partir desse momento, passamos a ter três categorias patronais com três salários diferentes”, conta.
Segundo Campolina, cerca de 20 anos depois da criação do Sindicato Têxtil, surgiu o Sindivest-JF, que representava somente o setor de confecção das indústrias. “Nós tínhamos muitas fiações e tecelagens, muitas malharias, muitas tinturarias e deu-se, em decorrência disso, a criação de centenas de confecções. Nessa época, a categoria Têxtil de Juiz de Fora chegou a ter cerca de 28 mil trabalhadores da indústria”, disse.
O presidente destaca que essa incorporação do Sindimalhas-JF ao Sindivest JF-GV vai ser muito importante, visto que uma grande parte das empresas do Sindicato de Malhas já é associada ao Sindivest JF-GV. “Com isso, a fusão vai fortalecer as empresas filiadas, fazendo com que as malharias e as confecções de Juiz de Fora estejam unidas no mesmo quesito no que se refere às questões trabalhistas, não havendo mais uma dicotomia entre aqueles que são associados a cada um dos sindicatos. Desta forma, o que nós estamos fazendo é voltar às origens, formando um grande sindicato do setor Têxtil e facilitando a troca de informações gerenciais, administrativas e tecnológicas, além de fortalecer também o nosso APL. Por meio deste modelo de fusão, incentivado pela FIEMG, visamos a multiplicação de ideias, ações, negócios e uma maior utilização do Sistema S”, ressalta.
“Com isso, todos os filiados da nova estrutura do Sindivest JF-GV ganharão, os empresários sairão fortalecidos e, com certeza absoluta, os trabalhadores também, visto que não haverá mais uma diferença entre os sindicatos na questão do tratamento das folhas salariais. Isto vai fazer com que uma Juiz de Fora fique mais unida e mais forte no setor têxtil e confeccionista”, finaliza Francisco Campolina.
Graciele Vianna
Imprensa FIEMG