A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), por meio de sua Regional Zona da Mata, acompanha com atenção o debate nacional acerca da proposta de redução da jornada de trabalho de 44 para 40 ou 36 horas semanais, sem redução proporcional da remuneração. Trata-se de um tema sensível que impacta diretamente a estrutura produtiva, o custo das empresas, o nível de emprego e a competitividade da indústria brasileira.
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Posição Institucional
A FIEMG reafirma seu posicionamento contrário à redução compulsória da jornada de trabalho sem que haja compensação via ganhos de produtividade, avanços tecnológicos e negociação coletiva.
Defendemos que as relações de trabalho devem ser pautadas pelo diálogo e pela liberdade negocial entre empresas e trabalhadores, considerando as especificidades de cada setor, porte e região.
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Justificativas e Impactos Econômicos
Estudos técnicos elaborados pela FIEMG indicam que a redução da jornada de 44 para 36 horas semanais, sem ajustes proporcionais, acarretaria:
- Aumento expressivo de custos operacionais e necessidade de contratações adicionais, com impacto estimado superior a R$ 1 trilhão no setor produtivo nacional;
- Redução da produtividade industrial, caso não acompanhada de inovação e modernização dos processos;
- Perda de competitividade do Brasil frente a países com jornadas flexíveis e sistemas produtivos mais eficientes;
- Pressão inflacionária e elevação da informalidade, especialmente em micro e pequenas empresas que não possuem margem para absorver aumento de custos;
- Risco de desemprego em setores industriais intensivos em mão de obra, como vestuário, alimentos, logística e metalurgia.
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Especificidades da Zona da Mata
Na região da Zona da Mata Mineira, onde a economia é fortemente sustentada por indústrias de transformação, polos logísticos e cadeias de fornecimento interligadas, uma redução abrupta da jornada traria impactos severos.
A escala 6×1, amplamente adotada na região, é essencial para garantir o atendimento contínuo de mercados, especialmente nos setores de alimentação, vestuário, energia, logística e metalmecânico.
A imposição de novas regras sem avaliação regional poderá comprometer investimentos, desestimular a formalização e frear a expansão industrial.
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Caminho Proposto pela FIEMG
A FIEMG defende que qualquer mudança na jornada de trabalho deve ocorrer de forma gradual, negociada e acompanhada de políticas que elevem a produtividade.
São condições indispensáveis:
- Modernização das relações de trabalho e valorização dos acordos coletivos;
- Adoção de tecnologia e automação para otimizar processos;
- Formação e qualificação profissional que sustentem maior eficiência;
- Estabilidade econômica e segurança jurídica para o investimento privado.
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Conclusão
A FIEMG Regional Zona da Mata reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, a geração de emprego e a valorização da indústria mineira. Reforçamos que o fortalecimento da economia não depende apenas da redução de horas trabalhadas, mas da elevação da produtividade, da inovação e do diálogo social responsável. Qualquer proposta de alteração da jornada deve respeitar as realidades regionais e setoriais, garantindo equilíbrio entre competitividade empresarial e bem-estar do trabalhador.
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Clique AQUI para ver o estudo completo da FIEMG sobre o tema.
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Mariangela Miranda Marcon
Presidente da FIEMG Regional Zona da Mata
Vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais