Entre os dias 13 e 26 de junho, a comitiva do CIT/SENAI, com apoio do Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEMG, realizou uma missão técnica à China com o objetivo de estabelecer parcerias estratégicas para a produção de ímãs de terras raras. A missão teve início em Pequim, onde a primeira agenda oficial ocorreu na Embaixada do Brasil, seguida de visitas a seis cidades e quatro empresas chinesas.
Após a aquisição do laboratório de ímãs de terras raras pela FIEMG, em dezembro de 2023, o CIT/SENAI assumiu a gestão do projeto, agora denominado CIT SENAI ITR. Este laboratório é destinado à produção de ímãs de Neodímio Ferro Boro (NdFeB) pelo método de metalurgia do pó, necessitando da construção de um relacionamento técnico-comercial com fornecedores chineses de matérias-primas, dada a ausência de produção significativa no Brasil.
“A missão foi essencial para firmarmos acordos comerciais para o fornecimento de matérias-primas ao CIT SENAI ITR. Além disso, buscamos abrir oportunidades para parcerias técnico-científicas,” afirmou André Pimenta, coordenador do ISI Processamento Mineral. “Apesar das políticas de proteção às Terras Raras pelo governo chinês, fomos muito bem recebidos pelas empresas locais e a promessa de acordo comercial foi garantida”, disse.
O gerente de PDI no CIT SENAI, José Luciano, destacou a importância do apoio do CIN e a estruturação da missão. “Visitamos a Apex em Xangai, a embaixada do Brasil em Pequim, o consulado do Brasil em Xangai, além de diversas empresas chinesas fornecedoras de matérias-primas essenciais para a operação do nosso laboratório em Lagoa Santa,” disse Luciano. “O objetivo principal foi estabelecer um relacionamento com esses fornecedores e explorar possibilidades de cooperação técnica”, confirmou.
Os resultados da missão foram positivos, com todas as empresas visitadas demonstrando disposição em fornecer matérias-primas e abrir portas para futuras colaborações. “Nossa avaliação é que a missão foi um sucesso, todas as empresas estão disponíveis para nos fornecer a matéria-prima necessária para o funcionamento do laboratório,” acrescentou Luciano. “Isso representa um grande passo para o CIT SENAI ITR, que será pioneiro na produção de ímãs de terras raras no hemisfério sul.”
A missão técnica também proporcionou uma imersão cultural significativa para a equipe brasileira. “A cultura chinesa é muito diferente da nossa no Brasil, e tive a chance de experimentar essa diferença em diversos aspectos. Essa imersão cultural foi extremamente enriquecedora e acrescentou muito às negociações que estávamos realizando”, compartilhou Pimenta.
Com a missão concluída, o próximo passo é manter o relacionamento com os fornecedores chineses e, assim que o laboratório estiver totalmente comissionado, formalizar contratos de compra de metais de terras raras para iniciar a produção de ímãs de terras raras no Brasil. “Isso será um marco para o hemisfério sul, a primeira vez que teremos essa produção em uma escala significativa,” concluiu Luciano.
A missão técnica à China foi um passo crucial para a consolidação da operação do CIT SENAI ITR, demonstrando o compromisso da FIEMG e do CIT/SENAI em viabilizar projetos estratégicos e inovadores para a indústria mineira e brasileira.
Rafael Passos e Ana Paula Motta
Imprensa FIEMG