A conjuntura econômica brasileira e uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) relacionada a perícias foram debatidas pelos membros da Câmara da Indústria da Construção da FIEMG em reunião realizada nesta quarta-feira (26/3). O encontro teve a condução do presidente do colegiado, Geraldo Linhares.
Economista do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Iêda Vasconcelos falou a respeito de pontos relevantes da economia brasileira que impactam a indústria e o setor da construção civil. Segundo Iêda, apesar do crescimento de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, o país conviveu com momentos de incerteza, especialmente em relação à política fiscal e à inflação acima do teto da meta.
No ano passado, esse índice fechou a 4,83% e, em fevereiro de 2025, alcançou 5,06%, pressionado pelo aumento dos alimentos. “A inflação gera uma incerteza no mercado, aumentando a taxa de juros, e afugenta investimentos do país”, alertou.
Sobre a construção civil, Iêda Vasconcelos disse que o PIB nacional do segmento registrou um crescimento de 4,3% em 2024 em relação ao ano anterior. “Alguns fatores ajudam a explicar esse resultado, como maior dinamismo do mercado imobiliário, a volta das atividades de mercado de padrão econômico e o crescimento do PIB”, justificou. O cenário externo de incertezas, o dólar volátil, o aumento da inflação e os juros em elevação são alguns pontos de atenção para este ano, conforme Iêda
Em relação ao mercado de trabalho, no passado, a construção civil gerou mais de 110 mil novos empregos em todo o país. Entretanto, esse número foi quase 30% menor em relação ao observado no ano anterior, quando foram abertas 156.429 vagas formais. Para a economista, o resultado tem relação com a queda na criação de novos empregos em obras de infraestrutura
Em Belo Horizonte, o setor foi responsável 2.555 empregos com carteira assinada em 2024, o que representou uma queda de quase 47,3%, se comparado a 2023, que contabilizou 4,849 postos.
Para 2025, conforme projeção da economista, o mercado imobiliário deve enfrentar alguns desafios, como a limitação para acesso ao crédito voltado à população de média renda, o aumento dos custos da construção civil (mão de obra e insumos) e taxa de juros em patamar elevado.
O segundo assunto da reunião teve como foco um nova norma de perícias de engenharia na construção civil, com ênfase à ABNT NBR 13.752 de 2024. Quem explicou o assunto foi Frederico Correia Lima Coelho, professor e engenheiro civil. Segundo o engenheiro, a norma foi publicada em outubro do ano passado, substituindo a versão anterior, concebida em 1996.
O texto define perícia como “atividade técnica realizada por profissional habilitado e desenvolvida de forma fundamentada em observância aos requisitos normativos para isolada ou cumulativamente averiguar e esclarecer fatos, constatar o estado do objeto pericial, verificar atendimento a requisitos e padrões estabelecidos, apurar nexo causal de determinado evento, avaliar bens, bem como seus custos, frutos ou direitos”.
O engenheiro ainda diferenciou perícia de inspeção predial. O segundo terma diz respeito à ação de instruir a gestão de uso, operação e manutenção da edificação, por exemplo. As perícias são de avaliação, exame, vistoria, análise de impactos em contratos de serviços, entre outros.
A reunião da câmara tratou também no Minascon. O principal evento da construção civil em Minas Gerais será realizado em 15 e 16 de maio, em Governador Valadares, no Rio Doce. Geraldo Linhares detalhou a programação da feira, que inclui palestras técnicas, exposição e o concurso “A ponte”, voltado a estudantes de graduação.
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Rafael Passos
Imprensa FIEMG