O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, apresentou nesta nesta segunda-feira (23/09) um estudo sobre as mudanças climáticas, a matriz elétrica brasileira e as estratégias para um futuro mais sustentável na Climate Week NYC, um dos maiores eventos anuais sobre clima em Nova York.
Em sua apresentação, Roscoe apresentou a atuação da FIEMG em prol da descarbonização e de uma matriz elétrica cada vez mais limpa e verde e trouxe alguns dados do estudo, bem como números de Minas Gerais e do Brasil no que diz respeito à sustentabilidade e metas de energia renovável.
“Quase todas as empresas de Minas Gerais já atingiram esse objetivo de RE 100 (iniciativa corporativa global de energia renovável que reúne centenas de grandes e ambiciosas empresas comprometidas com 100% de energia renovável) porque a maior parte da nossa produção de energia elétrica vêm das hidrelétricas, usinas solares e uma parte do etanol. Aproximadamente 80% dos carros no Brasil são aptos a utilizar o etanol como combustível e Minas Gerais é o segundo estado com a maior produção de etanol do país”, destacou.
Em seguida, o presidente da FIEMG disse que, apesar dos bons números do Brasil e de Minas Gerais no assunto, a matriz elétrica nacional tem reduzido seu percentual de energia limpa ao longo dos últimos 30 anos. ” Desde os anos 90, há uma dificuldade maior na liberação de licenças para a construção de hidrelétricas e, mesmo que elas emitam muito menos gases de efeito estufa que as usinas termelétricas – que vêm sendo construídas em substituição às hidrelétricas – elas têm sido deixadas de lado. Com isso, a matriz elétrica que era 97% limpa até os anos 1990, hoje o percentual de energia limpa caiu para 89%”, ressaltou.
Roscoe participou do painel “Promovendo a Energia Renovável na América Latina: O Papel das Empresas e dos Governos Subnacionais”, que contou com a presença também do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões. O painel debateu o papel fundamental das empresas e dos governos subnacionais no avanço das energias renováveis em toda a América Latina e como as políticas públicas e regulamentações podem incentivar o alcance de metas relacionadas à ampliação das energias renováveis e sustentabilidade.
Ao final da sua apresentação, Roscoe gravou um vídeo para suas redes sociais em que conclama a população a se engajar na campanha da FIEMG por uma energia cada vez mais limpa e sustentável no Brasil . “Hoje o mundo utiliza muito mais energia elétrica de fontes não renováveis do que o Brasil. Felizmente, o Brasil tem um cenário muito mais favorável que o mundo e temos que garantir que ele continue assim. A nossa matriz elétrica era 97% renovável até 1994, hoje ela está em 89%. Então, apesar das energias solar e eólica terem entrado em ação, a nossa matriz está piorando. Ela já era extraordinária, muito acima da mundial, mas não tem melhorado. Então, temos que fazer um pacto para a extinção das energias elétricas de fontes não renováveis até 2035. Não mais termelétricas a óleo, gás e carvão mineral. Vamos lutar pela biomassa, que é renovável, pela eólica, pela solar e também pela energia hidrelétrica, que sempre foi o pilar do nosso sistema elétrico. Dessa maneira, vamos garantir a sustentabilidade para as futuras gerações. Mais uma vez, a indústria se mostra firme em seu compromisso com o meio ambiente e a sustentabilidade. Conto com vocês nessa campanha que é mais uma iniciativa inovadora e disruptiva da FIEMG”, disse.
Confira o estudo na íntegra, clicando aqui
Climate Week NYC
A Climate Week NYC é um dos maiores eventos mundiais sobre clima, com mais de 600 painéis, debates e palestras sobre o tema na cidade de Nova York. O evento reúne líderes empresariais, políticos de todo o mundo e representantes da sociedade civil com o objetivo de impulsionar a transição energética e acelerar o progresso.
A Climate Week NYC é organizada pelo Climate Group, uma organização internacional sem fins lucrativos e, neste ano, o evento está sendo realizado de 22 a 29 de setembro de 2024, em parceria com a Assembleia Geral das Nações Unidas.
Thaís Mota
Imprensa FIEMG