O potencial de Minas Gerais na exploração e geração de valor da cadeia de minerais estratégicos no âmbito da transição energética foi tema de um painel nesta sexta-feira (12/4), durante o Imersão Indústria, realizado no Minascentro, em Belo Horizonte. O gerente de Pesquisa Desenvolvimento e Inovação do CIT SENAI, José Luciano Pereira, o coordenador de Pesquisa ISI Mineral do CIT SENAI ITR, André Luiz de Faria, o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, e o engenheiro especialista em Minas da Vale, Sandro Freitas, apresentaram informações e iniciativas relacionadas à matéria.
João Paulo Braga disse que Minas Gerais tem um papel preponderante no cenário em que várias economias globais se mobilizam para reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera, buscando o uso cada vez maior de energias renováveis para diferentes finalidades. Nesse sentido, de acordo com Braga, a indústria da mineração e os minerais estratégicos fazem parte da estratégia de desenvolvimento do estado.
A extração de argila iônica nas terras raras da região de Poços de Caldas, no Sul de Minas, e do lítio no Vale do Jequitinhonha foram citados por João Paulo Braga como iniciativas estratégicas que vão contribuir para o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões. “Eu posso dizer que estado está vivendo um novo ciclo da mineração e, pensando nos minerais da transição energética, o estado tem disponibilidade de matéria-prima e, por isso, é importante mostrar para o mundo o que estamos fazendo aqui”, acrescentou.
Sandro Freitas, da Vale, falou de alguns projetos da empresa que envolvem minerais estratégicos em Minas Gerais e no Pará. Somente com o Vale Base Metals, que tem operações de níquel e cobre na região de Carajás (PA), a companhia investiu US$ 14,9 bilhões no país, nos últimos 10 anos. Em 2023, essa iniciativa empregou diretamente 5.436 mil pessoas no Brasil.
“O planeta depende não só dos recursos, mas da capacidade de extrair essas matérias-primas com excelência, respeitando as comunidades, fazendo com o que Brasil integre cada vez mais essa comunidade global de empresas, institutos de pesquisa que estão juntos nessa missão de descarbonização do planeta”, afirmou.
André Luiz de Faria apresentou o Programa de Verticalização da Cadeia de Valor de Minerais, desenvolvido pelo CIT SENAI, que contempla extração e exploração de minerais estratégicos. Baseado em cinco pilares, o projeto pode proporcionar resultados para Minas Gerais e o país, como geração de renda e aumento da qualidade de vida, atendimento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estímulo à indústria nacional, desenvolvimento de novas tecnologias para transição energética. “Não há como pensar na transição energética sem a mineração e os minerais estratégicos nessa cadeia transformadora”.
José Luciano Pereira, que conduziu o painel, explicou que objetivo foi apresentar inciativas e fomentar o debate em torno da importância dos minerais estratégicos e o uso de energia limpa. Nesse contexto, ele entende que o país ocupa uma posição estratégica função das suas fontes de energia. “O Brasil é privilegiado porque 90% da sua matriz energética é limpa. Já a Europa e os Estados Unidos precisam mudar suas matrizes para cumpri alguns protocolos sobre a redução de gases poluentes. Para alterar esse cenário, precisamos trabalhar com diferentes tecnologias, como energia eólica e carros elétricos, que demandam minerais que nem sempre estão disponíveis de acordo com a demanda”, observou.
O Imersão Indústria é realizado pela FIEMG, pelo SESI e pelo SENAI, com patrocínio máster da Gerdau, Vale, Gasmig, Cemig, Codemge, CNI e ArcelorMittal. O patrocínio ouro é da Herculano Mineração, Sicoob Credfiemg e Sicoob Credminas, Barbosa Mello e Caixa Econômica Federal. O patrocínio prata é da Bemisa, Localiza Gestão de Frotas, Vallourec e IVECO Group. O apoio máster é do Sebrae e apoio da RMMG, Mason Holdings, JMendes, Pfizer, (Re)energisa, Una, IEL e CIEMG.
Durante o Imersão, outros dois paneis debateram mineração. Um que tratou das “Análises químicas e aplicações avançadas da microscopia na cadeia de produção mineral e geometalurgia”, enquanto o segundo abordou iniciativas sustentáveis da atividade. Essas ações estão baseadas têm como norte a geração de valor para comunidade e ecossistema, além da economia de valor.
Rafael Passos
Imprensa FIEMG