Em mais uma edição de sucesso do Festival de Literatura e Cinema (Felici), o caminhão-cinema do SESI segue viagem por Minas, após desembarcar no distrito de Brumal (Santa Bárbara) e em Barão de Cocais, levando o melhor do cinema brasileiro para exibições públicas gratuitas, com programação cultural de uma semana, promovida entre os dias 26 de agosto e 3 de outubro. A última parada do projeto itinerante acontece em Itabirito, no distrito de Acuruí, neste fim de semana, nos próximos dias 6 e 7 de outubro, em celebração antecipada do Dia das Crianças. Além dos filmes, o Festival também realiza oficinas relacionadas à literatura e ao audiovisual, onde crianças e adultos puderam aprender a construir instrumentos óticos de cinema e conhecer obras dos escritores mineiros Fernando Sabino e Ziraldo.
O Festival é realizado pelo SESI, com patrocínio do Grupo Avante e da Jaguar Mining, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Nesta edição, o projeto segue a premissa de levar cinema e literatura de qualidade a comunidades interioranas, muitas vezes privadas do acesso a certas atividades culturais, principalmente as relacionadas ao audiovisual, como explica Clarisse Elias, analista de projetos sociais do SESI.
“Fizemos a escolha das cidades visando descentralizar o acesso à arte e à cultura. Então, tanto Acuruí quanto Brumal, distritos de Itabirito e Santa Bárbara, respectivamente, são comunidades que não têm acesso a bens de audiovisual, ao cinema, assim como acontece em Barão de Cocais. A gente traz algo novo para essas cidades. E a receptividade do público tem sido muito especial”, diz Clarisse.
Os filmes são exibidos aos finais de semana, em locais de encontro ou descanso, como praças e largos públicos, escolas e ginásios. As obras têm relação direta com a literatura nacional, a exemplo das exibições da vez: “O Menino no Espelho” (2014), adaptação do livro de Fernando Sabino para o cinema, dirigida por Guilherme Fiúza; e “Uma Professora Muito Maluquinha” (2010), longa estrelado por Paola Oliveira e dirigido por André Alves Pinto e César Rodrigues, sendo inspirado no universo do cartunista Ziraldo.
“Podemos apresentar para essas comunidades Fernando Sabino e Ziraldo. E fazer com que essas obras cheguem ao público de outra maneira, mais vinculadas ao entretenimento e ao lazer, que é uma forma de despertar o interesse pela leitura também. Tem sido interessante ver a percepção principalmente do público infantojuvenil, ao ter acesso ao cinema brasileiro de qualidade”, analisa Clarisse.
Nesse sentido, o projeto Felici ajuda a fomentar uma cadeia de formação cultural ao mesmo tempo em que mantém uma prática de respeito às tradições e hábitos dos moradores, como avalia Felipe Gonzaga, coordenador de comunicação e relações institucionais da Jaguar Mining. “Para a Jaguar, participar do projeto Felici reforça o papel da empresa em cultivar valores sustentáveis para moradores das comunidades onde atuamos. Estamos cada dia mais alinhados com o nosso propósito de criar prosperidade para todos, contribuindo também com a formação cultural das pessoas”.
Do mesmo modo, a gerente de sustentabilidade da Ferro Puro Mineração, empresa do Grupo Avante, Mariana Morales, considera que o Festival contribui para o estímulo do desenvolvimento sociocultural das comunidades. “No Grupo Avante, temos como uma de nossas bases o pilar da comunidade e conectamos nossas ações com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. É por isso que escolhemos ser parceiros do projeto Felici, uma iniciativa que oferece programação cultural diversificada, com foco especial no cinema brasileiro, além de atividades educativas e lúdicas, possibilitando que a comunidade vivencie uma experiência enriquecedora”, avalia.
Brincadeiras de cinema
Além dos filmes, durante todos os dias em que o caminhão-cinema do SESI percorre as cidades, são promovidas visitas guiadas ao acervo da biblioteca itinerante, além de oficinas artísticas, voltadas principalmente para o público infantojuvenil, e jogos e brincadeiras que reúnem toda a família. Nesta edição, os moradores de Brumal/Santa Bárbara e Barão de Cocais puderam participar de uma Oficina de Brinquedos Óticos. Considerados os avôs do cinema, a maioria dos brinquedos é feita com materiais recicláveis e acessíveis, quase sempre disponíveis em casa.
O Folioscópio, por exemplo, requer apenas papel e lápis para simular a ilusão do movimento, a partir de dois desenhos em uma folha dobrada. Com o mesmo princípio cinético, o Zootrópio consiste em um tambor com várias janelas preenchidas por desenhos. Ao girar a estrutura circular, as imagens ganham vida, como em uma animação. “As crianças e as famílias têm se divertido muito ao longo da execução do projeto. Entre as exibições dos filmes, temos a oficina de arte acontecendo dentro do caminhão. Oferecer essa possibilidade de entender o universo do cinema e como ele funciona, em didáticas voltadas ao público infanto juvenil, tem sido muito divertido e enriquecedor”, avalia Clarisse.
Acessibilidade
Todos os filmes são exibidos com recursos de acessibilidade, a exemplo de audiodescrição, closed caption (legenda) e janela de Libras. A política faz parte das diretrizes de inclusão do SESI e do compromisso em propiciar acesso cultural a todos, sem exceção. “Os filmes têm todas as acessibilidades de conteúdo e os espaços são adequados para público com mobilidade reduzida, justamente para darmos uma acessibilidade universal para o público com diversos tipos de deficiência ter o mesmo acesso ao produto cultural”, explica Clarisse.