A importância do controle tecnológico e da formação de mão de obra na construção civil. Esse foi o tema de um painel que abriu o terceiro dia de atividades do Minascon neste sábado (6/7), em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Priscila Cangussu, gerente do SENAI Paulo de Tarso, em Belo Horizonte, e Débora de Araújo, assistente de laboratório da unidade, detalharam e explicaram o assunto.
O controle tecnológico, conforme Débora, faz parte da gestão de qualidade de um empreendimento para atestar, a partir de ensaios de laboratórios e de campo, se as especificações de um determinado produto estão sendo atendidas, assegurando padrão de qualidade. Esse processo, apontou a palestrante, passa por algumas etapas de especificação de projeto, definição dos fornecedores, inspeção de materiais, separação de amostragem, envio ao laboratório, análise de resultados e, por fim, da utilização dos materiais.
“Em relação aos materiais, o controle envolve especificações do produto, qualificação e prazo de entrega e, no caso dos ensaios, especificações e acreditação de laboratórios”, disse Débora ao falar do controle tecnológico relacionado à definição dos fornecedores. O procedimento, na visão da palestrante, é importante por contribuir para a melhoria da qualidade dos produtos da indústria da construção civil.
“Laboratórios acreditados dizem respeito ao reconhecimento formal de que ele está operando com sistema de qualidade documentado e tecnicamente competente conforme critérios estabelecidos por normas internacionais”, observou. Em Minas Gerais, existem três laboratórios nessas condições, sendo dois em Belo Horizonte, e eles podem ser consultados no site do Inmetro.
A base da construção
Em 2025, a construção civil terá uma demanda por formação de mão de obra, incluindo inicial e continuada, de 160 mil profissionais, ficando atrás dos setores transversal e metalmecânica, segundo o Mapa do Trabalho da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para Priscila Cangussu, o número evidencia a necessidade do segmento e entidades ligadas ao setor de investirem na qualificação profissional, sobretudo em um contexto de industrialização e inovação que envolve “aumento de produtividade com auxílio de softwares de gestão de projetos e melhoria na comunicação e colaboração entre as partes envolvidas na obra”.
O baixo interesse dos jovens pelo mercado de trabalho de construção foi outro obstáculo do setor apontado pela gestora. Por outro lado, ela falou do crescimento da participação das mulheres nos canteiros de obras. “As grandes empresas já entenderam que essa pode ser uma grande oportunidade de driblar a falta de mão de obra. Percebe-se um interesse genuíno das mulheres em construir carreira na construção”.
O Minascon 2024 é uma realização da FIEMG, por meio da FIEMG Regional Centro-Oeste, do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Centro-Oeste, da Câmara da Indústria da Construção da FIEMG. Conta também com o apoio máster do SEBRAE, patrocínio ouro da CAIXA e Governo Federal, patrocínio prata do CREA-MG, Codemge e Governo do Estado de Minas Gerais, além dos apoios do SEST SENAT e institucional do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais (CAU-MG).
Rafael Passos
Imprensa FIEMG