A sede da FIEMG, em Belo Horizonte, recebeu, no dia 3 de junho, a Assembleia Ordinária do Conselho Deliberativo do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra). O evento reuniu autoridades e lideranças do setor para discutir os rumos da mineração em Minas Gerais e reafirmar seu papel como motor da economia estadual. Estiveram presentes o presidente do Sindiextra, Luís Márcio Vianna; o presidente em exercício do Conselho Deliberativo da entidade, Eduardo Ferreira; o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe; e o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, que ministrou uma palestra sobre os avanços econômicos do estado e os desafios enfrentados pelo setor mineral.
Em sua fala, Mateus Simões destacou que não há transição energética possível sem mineração e lembrou que Minas Gerais carrega a vocação mineradora desde sua origem. “Temos muito orgulho de carregar ‘Minas’ no nome. Mineramos ouro, ferro, lítio, minerais estratégicos. Sem a mineração, nenhum setor econômico avança, e nenhuma transição energética se sustenta”, afirmou. O vice-governador também apresentou dados da atividade econômica do estado. Em 2023, pela primeira vez na história, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas superou a marca de R$ 1 trilhão, com crescimento de 3,1% em 2024. A taxa de desemprego, por sua vez, caiu para 4,3%, a menor já registrada, segundo o IBGE.
Simões fez questão de pontuar que os avanços fiscais e estruturais de Minas só foram possíveis graças ao crescimento da atividade econômica — que tem uma grande participação da mineração. Ele lembrou que, ao assumir o governo, o estado enfrentava um déficit primário de R$ 11 bilhões por ano e uma série de dívidas com setores essenciais, como saúde, educação e repasses municipais. A partir de 2021, o governo conseguiu reverter esse quadro, apresentando superávits consecutivos até 2024, mesmo com os desafios impostos pela dívida pública e a impossibilidade de aumento real da arrecadação.
O vice-governador também detalhou os esforços do estado para destravar investimentos e facilitar o desenvolvimento do setor mineral. Um dos exemplos citados foi a redução do estoque de licenças ambientais represadas, que só foi possível graças à atuação conjunta com a FIEMG. “Tínhamos mais de 500 licenças paradas há mais de sete anos, sendo mais de 200 do setor mineral. Com apoio técnico e institucional da FIEMG, conseguimos avançar e dar mais agilidade a esse processo”, explicou.
Durante a Assembleia, Eduardo Ferreira destacou a atuação do presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, como um aliado histórico da mineração. “Flávio foi o único presidente da história da FIEMG a defender e abraçar a mineração com coragem e coerência”, afirmou.
Roscoe, por sua vez, tem se posicionado de forma firme e estratégica na defesa do setor, inclusive nas discussões mais sensíveis, como o projeto de lei que tratava da vedação dos minerodutos. “E deixo mais uma vez claro: a FIEMG já se posicionou contra a vedação dos minerodutos. O nosso posicionamento é público, formal e conhecido. O que buscamos aqui não é uma discussão de mérito, mas de como evitar que esse embate prejudique ainda mais o setor”, ressaltou o líder empresarial.
Mateus Simões também fez críticas à forma como o setor é retratado na cultura popular, destacando a injustiça de a mineração ter sido transformada, no imaginário coletivo, em vilã global. “Hoje, qualquer série ou filme coloca o vilão como sendo uma mineradora. A cultura pop transformou nosso setor no inimigo da sociedade. É injusto e incoerente, porque nada do que produzimos ou consumimos seria viável sem a mineração”, destacou. Ele ainda apontou a urgência de o setor investir em comunicação e relacionamento com a sociedade: “Precisamos urgentemente que as empresas entendam que ações simples, mas consistentes, de comunicação podem mudar completamente a percepção sobre a mineração e garantir sua sustentabilidade.”
Denise Lucas
Imprensa FIEMG