O segundo dia do Imersão Indústria teve um tema muito importante para a sociedade: a educação. E para trazer um panorama histórico do sistema educacional, possibilidades e perspectivas, a convidada do painel “Educação do futuro: tecnologias e inovação no ensino”, realizado no dia 25 de outubro, no Minascentro, foi a fundadora e diretora da DHEL Débora Lana.
A especialista contextualizou a criação dos sistemas educacionais no Brasil e no mundo e explicou como ele era atrelado a um modelo de aprendizagem em que o aluno apenas recebia as informações, para perpetuar determinados modos de pensar. Também explicou que com após a Idade Média e o advento da Revolução Industrial, o ensino se tornou de massa e com o intuito de fornecer mão de obra para as fábricas. “Mas esse cenário vem mudando e que setores da sociedade, como a indústria, podem financiar esse processo, para colherem, no futuro, o fruto de terem, além de bons profissionais, excelentes gestores, que saibam escutar, transformar ideias em ação e trabalhar em equipe”, disse Lana.
Para a fundadora e diretora da DHEL, quando se trata de educação, o Brasil paramos no tempo, na época da primeira revolução industrial. “Entretanto”, ponderou Lana, “a Indústria 4.0 é pautada por uma economia digital, que exige profissionais diferentes e o ensino precisa acompanhar essas demandas”.
Segundo ela, atualmente as escolas particulares do Brasil são equipadas de recursos tecnológicos, humanos e financeiros. Algo que não ocorre na rede pública de ensino, o que gera um abismo entre a qualidade de ensino, dos profissionais recém formados e o que as demandas do mercado. “Vemos isso todos os dias, quando lemos manchetes sobre a falta de mão de obra qualificada”, refletiu.
Agora nós precisamos de gerir e pensar processos de aprendizagem que auxiliem essas pessoas a atuarem no mundo de hoje. Isso muda tudo porque quando eu penso de uma outra forma e eu tenho que pensar também em o que ele tem que aprender, como ele vai aprender e para que ele vai aprender. Quais habilidades e competências poderão ser desenvolvidas a partir daí? E quem pode nos ajudar dizendo são a indústria, a economia, e as empresas. Mas lembrem-se de que nós, como educadores, não estamos submetidos a essas forças, e sim que temos que ficar atentos ao que eles falam.
A especialista também destacou a importância da formação de professores, para que eles consigam tornar momentos de sala de aula mais favoráveis. “A conexão entre professor e aluno é mais importante do que ter apenas recursos tecnológicos em sala de aula. Outro ponto, que não é isolado da conexão tecnológica, é a conexão em sintonia com a contemporaneidade. Estamos em um mundo transdisciplinar e para acompanhar essas mudanças, o docente precisa ser múltiplo e com uma formação contínua, em que ele possa aprender não apenas a ensinar, mas também, a gerir processos”, ressaltou, dizendo que os estudantes precisam aprender a tratar dados, a lidar com dados, a interpretar informações, a gerenciar processos ao longo do processo formativo.
“Gosto de pensar em uma educação de mãos dadas, em que pegamos os professores e os ajudamos a passar por esse processo de atualização de uma defasagem de séculos”, finalizou.
Sobre o Imersão Indústria – A iniciativa é uma realização da FIEMG, com o patrocínio master da Gerdau, Herculano Mineração, ArcelorMittal, Matrix Energia e Cedro Mineração. Usiminas, Sicoob Credifiemg, Sicoob Crediminas, Gasmig, Vale e Copasa são os patrocinadores ouro. BAT, Cemig, BEMISA, Shell, os patrocinadores prata. O apoio é da Unimed-BH, (Re) Energisa, J Mendes Mineração, CMU Energia, Rede 98, Itatiaia, Rede Minas, Rádio Inconfidência, UNA e Sebrae.
O evento vai até dia 26 de outubro, no Minascentro, em Belo Horizonte. Confira a programação completa neste link.
Denise Lucas
Imprensa FIEMG