Temas sensíveis e relevantes sobre os cigarros eletrônicos, conhecidos também como “vape”, foram o foco de uma palestra durante o terceiro dia da segunda edição do Imersão Indústria 2023. Lauro Anhezini Júnior, diretor de assuntos científicos e regulatórios da BAT Brasil, expôs o assunto e apresentou dados de saúde pública e econômicos para defender a regulamentação da venda do produto no Brasil, onde a comercialização é proibida desde 2009.
“Esse é um debate que vai além do lado empresarial, envolve saúde pública e é importante para o nosso país. Há um consumo de produtos ilegais sem qualquer controle sanitário e fiscalização. Nós, da BAT, defendemos regras rígidas e bem estabelecidas”, afirmou o diretor, ao alertar sobre necessidade de o país avançar na discussão em torno da normatização da venda dos cigarros eletrônicos para combater, sobretudo, comércio ilegal indiscriminado desses itens nas ruas do país.
Anhezini citou alguns estudos estrangeiros recentes, segundo os quais o consumo de vaper devidamente regularizado é menos danoso à saúde em relação ao cigarro convencional. O palestrante mostrou também publicações científicas que indicam a efetividade da substituição do produto tradicional pelo vape, feita por fumantes na Inglaterra.
Em relação à população brasileira menor de 18 anos, 16,8% desse contingente já experimentou cigarro eletrônico, contra 11,6% na Inglaterra. Outro dado ressaltado por Lauro Anhezini foi extraído de uma pesquisa do IPEC, realizada em fevereiro de 2022, indicando que 2,1milhões brasileiros acima de 18 anos consomem cigarro eletrônico com frequência.
Na esfera econômica, Lauro Anhezini Júnior mostrou parte de um estudo da FIEMG, encomendado pela BAT Brasil, em que ficou constatado que a regulamentação do setor de cigarros eletrônicos no Brasil poderia gerar aproximadamente 114 mil empregos, sendo 55 mil na agricultura e 15 mil no comércio. Levando em conta apenas a importação do produto pelos consumidores, a arrecadação média anual de impostos federais seria de R$ 2,2 bi.
“Que os adultos fumantes do Brasil tenham o mesmo direito em relação à população consumidora de tabaco dos países desenvolvidos de acesso a uma opção de menor risco de consumo de nicotina, caso não queiram parar de fumar”, finalizou.
O Imersão Indústria é realizado pela FIEMG, com o patrocínio master da Gerdau, Herculano Mineração, ArcelorMittal, Matrix Energia e Cedro Mineração. Usiminas, Sicoob Credifiemg, Sicoob Crediminas, Gasmig e Vale são os patrocinadores ouro. BAT, Cemig, BEMISA, Shell, os patrocinadores prata. O apoio é da Unimed-BH, (Re) Energisa, J Mendes Mineração, CMU Energia, Rede 98, Itatiaia, Rede Minas, Rádio Inconfidência, UNA e Sebrae.
Rafael Passos
Imprensa FIEMG