A sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) recebeu, nesta segunda-feira (11/08), mais uma reunião do Conselho de Relações Internacionais. O encontro reuniu representantes da indústria, especialistas e autoridades para discutir pautas voltadas ao fortalecimento da educação profissional, ao desenvolvimento de competências e à preparação da mão de obra para atender às demandas do setor produtivo.
A abertura foi conduzida pelo presidente do Colegiado, Alexandre Mello, que apresentou um panorama sobre os impactos das tarifas aplicadas a setores estratégicos de Minas Gerais e ressaltou a importância de diversificar mercados. “Estimativas indicam que setores relevantes da economia mineira estão sujeitos a tarifas que podem afetar a competitividade, como café, carnes, produtos elétricos, joias, entre outros”, afirmou. Ele destacou que “a Índia desponta como um mercado promissor, com potencial de se tornar a terceira maior economia do mundo em dois anos e alcançar a segunda posição até 2050”.
Ao comentar o chamado “tarifaço”, Mello reforçou o posicionamento institucional da FIEMG. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) reconhece que as medidas do Plano Brasil Soberano, anunciadas nesta quarta-feira (13/08) pelo governo federal, representam um esforço para conter parte dos prejuízos com as tarifas adicionais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Mas, segundo a entidade, o impacto real sobre a preservação da competitividade industrial dependerá da agilidade na execução e da eliminação de barreiras burocráticas que atrasam a chegada do apoio ao setor produtivo. Para o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, “as medidas podem dar algum fôlego às empresas, mas não resolvem a raiz do problema. É urgente que o Brasil mantenha negociações firmes e produtivas com o governo norte-americano, buscando reverter as tarifas e resguardar uma relação comercial estratégica. Se não houver rapidez na implementação e clareza nas regras, o risco é que os recursos e incentivos fiquem no papel”. A entidade continuará monitorando a execução das ações e cobrando posicionamento efetivo do governo federal, para que os interesses da indústria sejam defendidos com firmeza no cenário internacional.
A gerente de Comércio e Integração Internacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Constanza Negrini Biasutti, apresentou um panorama sobre a aplicação de tarifas nos Estados Unidos e seus reflexos sobre setores específicos. Ela ressaltou que “a atuação da CNI está focada na produção de dados e estudos para subsidiar a tomada de decisão e na articulação com o governo brasileiro, entidades setoriais e contrapartes internacionais para reduzir barreiras comerciais e ampliar as oportunidades para as empresas brasileiras”.
O diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da Amcham Brasil, Fabrizio Sardelli Panzini, reforçou a importância de intensificar as estratégias de articulação e negociação entre empresas e entidades dos dois países. “O diálogo bilateral é essencial para construirmos alternativas que sejam positivas para ambos os mercados”, afirmou.
O encontro também contou com apresentações sobre iniciativas educacionais, análises de mercado e propostas de integração entre a indústria e instituições de ensino. As discussões reafirmaram o compromisso do Conselho de Relações Internacionais da FIEMG com a qualificação profissional, a inovação e a competitividade da indústria mineira.
Confira as fotos do encontro no Flickr da FIEMG
Fernanda Borges
Imprensa FIEMG