Fatos mais relevantes dos últimos anos que impactaram a economia no cenário externo e interno foram detalhados e explicados durante reunião do programa FIEMG Jovem, realizada nessa terça-feira (7/8), em Belo Horizonte. Quem falou a respeito do tema foi o economista-chefe da Federação, João Gabriel Pio.
A partir de números distribuídos em gráficos, Pio fez uma análise da conjuntura econômica, traçou perspectivas para 2024 e falou sobre entraves para o aumento de competitividade e do produto interno bruto industrial. Pio retomou 2020, quando a pandemia de covid que provocou isolamento social, impactando diretamente a economia global, e deixou milhares de mortos.
Um dos reflexos diretos da crise sanitária na economia, conforme o palestrante, foi o excesso de procura por bens em nível global, causando desequilíbrio entre oferta e demanda. “Os países implementaram impulsos fiscais sem precedentes durante a pandemia”, disse João Gabriel Pio ao citar algumas das medidas adotadas por diferentes nações para mitigar os efeitos da pandemia.
Apesar das restrições por conta da covid, Pio considera que o Brasil se comportou bem sob o ponto de vista econômico, haja vista o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,9% em 2022 frente a alta de 0,3% prevista para o período.
Já no cenário externo, sobretudo em 2023, a atividade econômica se mostrou resiliente diante de fatos de grande repercussão, como a invasão da Ucrânia pela Rússia. O PIB chines, por exemplo, registrou crescimento próximo de 5% no quarto trimestre do ano passado.
Em relação a 2024, Pio acredita que a economia brasileira pode fechar o ano com uma alta de 2,2%, segundo as projeções feitas até agosto. Já a inflação acumulada nos últimos 12 meses está em 4,5%, permanecendo na meta do governo
A reforma tributária, aprovada pelo Congresso em 2023, e o novo arcabouço fiscal pavimentaram uma melhora na percepção da economia. Por outro lado, o economista chamou atenção para a necessidade de o governo controlar os gastos públicos e estar atento ao cumprimento da meta fiscal.
Outro ponto que João Gabriel Pio destacou na palestra foi o processo de desindustrialização que ocorre no Brasil desde meados da década de 1980. Em decorrência disso, a participação do setor na economia caiu de 35,9% em 1985 para 15,3% em 2023.
Além disso, o Brasil vem perdendo competitividade industrial no cenário global, caindo 16 posições entre 1990 e 2021 em um ranking que elenca os principais países. Déficit de infraestrutura, insegurança jurídica e elevada carga tributária são alguns fatores apontados pela economista que levaram a indústria brasileira a essa condição. Ao longo da palestra, João Gabriel Pio respondeu às perguntas do público e esclareceu dúvidas.
Durante a reunião do FIEMG Jovem, conduzida pelo diretor de ESG do programa, Matheus Menezes, houve a apresentação do pitch empresarial da TSA Engenharia pelo gerente financeiro, Francisco Schettino.
Rafael Passos
Imprensa FIEMG