A Câmara da Indústria de Energia, Petróleo e Gás da FIEMG promoveu, nesta quarta-feira (26/06), uma reunião estratégica para discutir o futuro da indústria de óleo e gás no Brasil e os desafios enfrentados pelo setor. O encontro contou com a presença de representantes da Petrobras, da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) e da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (ABRACE).
Na abertura, o presidente da Câmara, Humberto Machado Zica, ressaltou a importância estratégica do setor para a economia nacional e a necessidade de ampliar o conhecimento e a participação da indústria mineira nessa cadeia. “A Vale produz diversas toneladas de minério, enquanto a produção nacional de petróleo permanece um dado menos divulgado, embora o Brasil ocupe uma posição de destaque global nesse setor”, afirmou. Ele reforçou ainda o papel das missões empresariais, como a que ocorre esta semana no Japão, para estimular as exportações: “Como sempre diz o presidente Flávio Roscoe, é preciso ampliar os horizontes e aproveitar as oportunidades.”
O gerente executivo da área submarina da Petrobras, Flávio Bretanha, apresentou os planos de investimento da companhia para o ciclo 2025-2029, com destaque para os projetos de industrialização de equipamentos submarinos e eletrificação de sistemas offshore. Segundo ele, “a demanda por bens e serviços submarinos está crescendo e se transformando, exigindo mais equipamentos de processamento e reforço (SP&B), além de longos dutos de interligação”.
Durante a apresentação, Bretanha destacou ainda a meta de alcançar 55% de conteúdo local nos processos de licitação de SP&B até 2027, o que representa uma grande oportunidade para a indústria nacional. Ele também ressaltou a importância da padronização de componentes e redução do tempo de entrega, como caminho para reduzir custos e riscos de projetos: “A industrialização do fornecimento submarino é essencial para destravar o mercado”.
A diretora-geral da ONIP, Cynthia Silveira, compartilhou um panorama atualizado sobre as atividades e perspectivas do setor no Brasil. Ela reforçou o papel da ONIP como articuladora entre governo, operadoras e fornecedores.
Entre os temas debatidos pelos participantes, a escassez de mão de obra qualificada surgiu como um dos principais gargalos para a expansão sustentável do setor. A preocupação é compartilhada por diferentes segmentos da cadeia e impacta diretamente a execução de projetos e a competitividade da indústria.
Fechando a programação, a analista de energia da ABRACE, Jéssica Guimarães, discutiu os possíveis impactos da Medida Provisória nº 1.300/25 nas indústrias e no setor elétrico, além da expectativa de tramitação no Congresso Nacional. Ela alertou para os efeitos indiretos da proposta sobre os custos de energia e destacou a necessidade de participação ativa do setor produtivo nos debates legislativos.
Ao final do encontro, Zica agradeceu a presença dos convidados e reforçou o compromisso da Câmara em ampliar a interlocução entre os setores público e privado.
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Ana Paula Motta
Imprensa FIEMG